Governo quer captar doações internacionais para outros biomas brasileiros, no molde do Fundo Amazônia
Cerrado e Mata Atlântica estão no radar de recursos de outros países; intenção é aumentar arrecadação para combate a incêndios
Como forma de resposta aos incêndios florestais, o governo quer agilizar doações internacionais para biomas brasileiros. A intenção é elaborar a criação de fundos, no molde do que funciona atualmente na Amazônia. A medida foi confirmada pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, nesta terça-feira (17), e deverá entrar em vigor nos próximos dias.
+ Lula questiona início de incêndios, aponta urgência climática e promete resposta
Segundo o ministro, países já demonstraram interesse em enviar apoio financeiro ao Brasil em outras regiões, como o Cerrado e a Mata Atlântica. Os biomas tiveram áreas devastadas, com fortes incêndios na Chapada dos Veadeiros. Enquanto na Mata Atlântica, diferentes estados atingiram um alto nível de desflorestamento. O movimento deve elevar arrecadação de recursos para as áreas.
“Há manifestação de outros países, outros doadores que gostariam de doar para outros biomas como Cerrado, Mata Atlântica, que possibilita investimentos nesse bioma, que aumenta a arrecadação” , declarou Rui Costa durante reunião no Palácio do Planalto, com representantes dos Poderes.
A criação dos novos núcleos será acionada por meio de medida provisória - que passa a valer imediatamente e, depois, precisa do apoio do Congresso. A expectativa é publicar a proposta ainda nesta semana.
Depois de fazer a reunião, o governo divulgou nota afirmando que a medida será voltada para todos os biomas: Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal.
Além do fundo às áreas, o Executivo também prepara medida para facilitar a liberação de recursos do Fundo Amazônia, administrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ao fundo do clima. A adequação será voltada para casos emergenciais.
Há, ainda, planejamento para compra de equipamentos, como aeronaves de combate aos incêndios: “ Vamos comprar aeronaves de combate a incêndios, pois estamos usando aeronaves das Forças Armadas que não são as mais apropriadas para esse debate". Rui Costa disse que ainda haverá discussão com governadores para alinhar como as medidas chegarão aos municípios.
O encontro com chefes do Executivo estaduais deve ocorrer na próxima quinta-feira (19), mas ainda depende de confirmação na agenda.