Lula questiona início de incêndios, aponta urgência climática e promete resposta
Em encontro com representantes dos Três Poderes, presidente levantou possibilidade de uso político dos crimes ambientais e citou despreparo de estados
Um alerta para a urgência climática no Brasil, que enfrenta centenas de incêndios, e a promessa de respostas do governo para conter e investigar ações criminosas marcaram encontro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com representantes de Poderes nesta terça-feira (17). A intenção é implementar medidas para resposta imediata à crise no país.
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Logo no início do encontro, Lula destacou que o país tem enfrentado situações extremas, com maior seca no Pantanal em 73 anos e a maior em décadas na Amazônia. O presidente também levantou a suspeita de que as ações foram orquestradas com interesse político
“Talvez seja pela COP 30, pela performance do Brasil na discussão ambiental no mundo inteiro, talvez uma parte seja por interesses políticos. A gente não pode acusar, mas que suspeita é”, afirmou. O chefe do Executivo ainda citou declarações de que o Brasil pegaria fogo ligadas ao ato de 7 de Setembro em São Paulo.
Sem entrar em detalhes sobre quais serão as ações adotadas, Lula citou que propostas serão apontadas em decretos e medidas provisórias - que têm um efeito imediato. O chefe do Executivo ainda destacou que haverá ação para mostrar que ações contra o meio ambiente são sérias e citou dificuldade de ações dos estados.
“Que pessoas sejam avisadas que a gente não está para brincadeira, a gente vai levar muito a sério”, disse. “Hoje, no Brasil, a gente não estava 100% preparado para cuidar dessas coisas. As cidades não estão cuidadas, até 90% das cidades estão despreparadas para cuidar disso. O estados são poucos que têm preparação, que tem defesa civil, que tem bombeiro, brigadistas, quase ninguém tem”, emendou, em outro momento.
A ministra Marina Silva, que teve destaque ao longo da reunião, afirmou durante apresentação que o Brasil registrou 690 incêndios no país. Desses, 179 foram controlados, mas centenas estão com ações ainda em andamento. Uma parcela significativa, próxima aos 106, ainda estão sem qualquer tipo de combate por estarem em área remota ou de dificuldade de acesso.