Governo Lula espera reação interna dos EUA a Trump antes de apelar para retaliação
Apesar de presidente brasileiro falar em "reciprocidade", a indicação continua sendo tentar um acordo em vez de optar pelo contra-ataque
Murilo Fagundes
O governo brasileiro aposta em uma possível reação interna do empresariado norte-americano para reverter as tarifas de 25% dos Estados Unidos sobre as importações de aço e alumínio, que entraram em vigor nessa quarta-feira (12).
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Segundo apurou o SBT News com fontes, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tentará argumentar com técnicos do presidente Donald Trump que a tarifa seria onerosa para a própria economia norte-americana.
Essa estratégia também é seguida por outros atores internacionais que optaram, em um primeiro momento, por evitar a retaliação e o princípio da reciprocidade.
Nesta quinta (13), Lula escreveu na rede social X (ex-Twitter) que "reciprocidade e diálogo são princípios que devem nortear a relação entre países”" e que "o Brasil é, e vai continuar sendo, dos brasileiros".
Na quarta, o governo classificou como “injustificável e equivocada” a decisão do norte-americano em impor "barreiras unilaterais que afetam o comércio entre o Brasil e os Estados Unidos, principalmente pelo histórico de cooperação e integração econômica entre os dois países".
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Na prática, a reciprocidade não é descartada, mas essa reação mais dura virá apenas em último momento, se as tentativas de acordo não forem bem-sucedidas.
Nesta sexta-feira (14), técnicos dos governos brasileiro e norte-americano devem se reunir para tratar sobre a possibilidade de recuo de Trump.