Governo anuncia posto de acolhimento a brasileiros deportados dos EUA em Confins

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convocou uma nova reunião interministerial na tarde desta terça-feira (28), no Palácio do Planalto, em Brasília, para tratar da deportação dos brasileiros pelos Estados Unidos na última semana e formas para lidar com a situação.

Após a reunião, a ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, informou que será criado um posto de acolhimento humanitário em Confins, em Minas Gerais, para receber os cidadãos que serão mandados de volta ao Brasil nos próximos meses. Ainda não se sabe quantos voos americanos farão o transporte e qual a periodicidade.

Segundo a ministra, o governo ainda estuda formas de ajudar a reinserir esses brasileiros no mercado de trabalho. "São cidadãos nossos que estão voltando para casa e a gente precisa receber da melhor forma possível", diz Macaé.

O governo também informou que vai participar do encontro da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), que anunciou no domingo (26) a convocação de uma reunião extraordinária, a ser realizada na quinta (30). O encontro de urgência irá discutir questões relacionadas à migração e as ações do presidente dos EUA, Donald Trump.

A conversa contou com as presenças do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e mais cinco ministros, além do embaixador Celso Amorim, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e o comandante da Aeronáutica, Marcelo Damasceno.

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A orientação dentro do governo, no entanto, é não criar atrito com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A gestão Lula não quer se indispor com um país parceiro histórico do Brasil, ainda mais neste início de mandato nos EUA.

Nesta segunda (27), durante um evento em São Paulo, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou que não quer provocar o governo americano.

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Segundo o ministro, os brasileiros que chegaram a Manaus na sexta-feira (24) após terem sido deportados pelo governo norte-americano estavam em “situação dramática” e foram submetidos a “constrangimentos absolutamente inaceitáveis”, mas a reação do Brasil foi "muito sóbria".

Medidas

A secretária de Comunidades Brasileiras no Exterior e Assuntos Consulares e Jurídicos do Itamaraty, Márcia Loureiro, se reuniu com o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos (EUA) em Brasília, Gabriel Escobar, para tratar sobre os brasileiros deportados que chegaram ao Brasil na última sexta-feira (24). A embaixadora reiterou a posição do ministério, que considerou como inaceitável o tratamento dado aos brasileiros.

O governo publicou, nesta segunda, em suas redes sociais oficiais um vídeo em apoio aos brasileiros deportados. A publicação faz um compilado de cenas dos repatriados e suas famílias e com algumas frases nas imagens.

“Deportados podem voltar. A porta do Brasil está aberta. Deportados são acima de tudo brasileiros repatriados. O nosso país é o nosso lar pela soberania nacional, pois nada mais importa para nós do que o Brasil e os brasileiros”.

Confira o vídeo abaixo: