Garotinho denuncia ligação de membros do governo estadual com facção e esquemas criminosos
Ex-governador do Rio foi ouvido como convidado na CPI do crime organizado e relatou suposta atuação criminosa de nomes da Alerj


Sidney Rezende
O ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, prestou depoimento na tarde desta terça-feira (16), em Brasília, à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do crime organizado. Garotinho foi ouvido na condição de convidado — ele não é alvo da investigação.
Durante a sessão, Garotinho, que também já foi secretário de Segurança do estado, fez denúncias sobre esquemas criminosos supostamente envolvendo membros do governo estadual, além de citar possíveis conexões com a facção criminosa Comando Vermelho.
No depoimento, o ex-governador afirmou que um operador financeiro estaria envolvido em um esquema de lavagem de dinheiro proveniente de crimes e atos de corrupção supostamente ligados a Rodrigo Bacellar, ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Segundo ele, o dinheiro era lavado por meio de postos de combustíveis.
Garotinho explicou o funcionamento do esquema sob o ponto de vista financeiro, descrevendo como os recursos ilícitos seriam ocultados e reinseridos no sistema legal.
Além do aspecto financeiro, Garotinho também relatou um esquema político. De acordo com ele, havia um grupo operando dentro da Alerj em benefício de Bacellar.
Garotinho é uma figura influente no cenário político fluminense. Foi candidato à Presidência da República, governou o Rio de Janeiro, e elegeu a esposa, Rosinha Garotinho, ao mesmo cargo. Há especulações sobre uma possível candidatura dele ao governo estadual nas próximas eleições.









