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Política

Esposa e filho de Binho Galinha (PRD-BA) são presos em operação da PF; deputado é procurado

Ação desta quarta-feira (1º) é desdobramento da El Patrón, de 2023, que apontou o parlamentar da Bahia como líder de organização criminosa

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Deputado estadual Binho Galinha (PRD-BA) | Divulgação/Alba
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A Polícia Federal e o Ministério Público da Bahia (MP-BA) realizam, desde a manhã desta quarta-feira (1º), uma operação contra um grupo investigado por lavagem de dinheiro do jogo do bicho, agiotagem, extorsão, receptação qualificada e outros crimes. A esposa e o filho do deputado estadual Binho Galinha (PRD), suposto líder do esquema, foram presos. O parlamentar é considerado foragido.

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Mayana Cerqueira da Silva e João Guilherme Cerqueira da Silva Escolano já haviam sido detidos em 2023, mas foram soltos em abril de 2024. Além deles, outras seis pessoas foram presas em Feira de Santana (BA). Ao todo, os agentes cumprem 10 mandados de prisão preventiva, incluindo um contra o deputado. Até o momento, ele não foi localizado.

A Operação Estado Anômico é um desdobramento da El Patrón, deflagrada em dezembro de 2023, que já resultou em denúncias contra 15 pessoas, incluindo o deputado e familiares.

A ação mobiliza cerca de 100 policiais federais, 11 auditores-fiscais e três analistas tributários da Receita Federal. Também são cumpridos 18 mandados de busca e apreensão em Feira de Santana, São Gonçalo dos Campos e Salvador. A Justiça determinou ainda o bloqueio de R$ 9 milhões das contas dos investigados e a suspensão das atividades econômicas de uma empresa.

Em nota, a presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), deputada Ivana Bastos (PSD), afirmou que Conselho de Ética será acionado para analisar o caso do parlamentar.

"Em respeito à sociedade baiana e ao princípio da transparência institucional, diante dos fatos noticiados envolvendo o deputado estadual Binho Galinha, informo que a Casa Legislativa, uma vez notificada, adotará as medidas internas cabíveis", diz a nota.

El Patrón

Em dezembro de 2023, a Polícia Federal deflagrou a Operação El Patrón, com o objetivo de desarticular uma sofisticada organização criminosa liderada pelo deputado estadual Binho Galinha. Segundo as investigações, o grupo era especializado em práticas ilícitas como lavagem de dinheiro, jogo do bicho, agiotagem, extorsão e receptação qualificada.

A operação revelou o envolvimento de três policiais militares, que atuavam como o braço armado do grupo, realizando cobranças mediante violência e grave ameaça. Relatórios da Receita Federal também apontaram inconsistências fiscais, movimentações financeiras incompatíveis e bens não declarados.

Os investigadores descobriram que a organização movimentou mais de R$ 100 milhões ao longo de uma década. A Justiça determinou o bloqueio de R$ 200 milhões em bens, incluindo fazendas, imóveis urbanos, veículos e contas bancárias de empresas ligadas ao grupo. Além disso, seis delas tiveram suas atividades suspensas.

À época, em nota enviada à imprensa, Binho Galinha negou o cometimento de todos os crimes e afirmou colaborar com a Justiça no processo. "O deputado Binho Galinha volta a afirmar que jamais praticou os crimes que estão sendo lhe atribuídos e que vai provar sua inocência na Justiça", disse.

Em agosto, o ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), reverteu decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que havia anulado provas colhidas na operação contra Binho Galinha e outros investigados por integrar milícia em Feira de Santana.

A decisão monocrática de Zanin, à época, acatou recurso do Ministério Público da Bahia contra a alegação de problemas processuais. O ministro reconheceu a legalidade do compartilhamento de informações financeiras.

O STF frisou que não houve indícios de abuso por parte das autoridades, como o chamado “fishing expedition”, e que a solicitação da Polícia Federal foi precedida de procedimento investigativo formal. A Primeira Turma da Corte ainda rejeitou recurso apresentado pelo parlamentar.

Quem é Binho Galinha

Kleber Cristian Escolano de Almeida, mais conhecido como Binho Galinha, tem 47 anos e é natural de Milagres, na Bahia.

Deputado estadual Binho Galinha (PRD-BA) | Divulgação/Alba
Deputado estadual Binho Galinha (PRD-BA) | Divulgação/Alba

Foi eleito deputado estadual em 2022 com 49.834 votos. Em seu primeiro mandato como parlamentar, ele é vice-líder do bloco MDB/PSB/Patriota/PSC/Avante na Assembleia Legislativa da Bahia.

Ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Binho Galinha informou que era proprietário de um posto de gasolina no bairro Maria Quitéria, em Feira de Santana. Ele também já foi dono de um ferro-velho na cidade.

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