Eduardo Bolsonaro diz que plano contra Lula, Alckmin e Moraes "não é crime"
Deputado criticou prisão de militares em operação da PF e sustentou que não houve crime por ações não terem sido colocadas em prática
O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, sustenta que o plano traçado como parte de um golpe de estado - e que planejava ações contra a vida do presidente Lula (PT), o vice, Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), não foi um crime.
A jornalistas, nesta terça-feira (19), o deputado argumentou que, pelas ações não terem sido aplicadas, não houve descumprimento da lei. Eduardo Bolsonaro também questionou a prisão de quatro militares e um policial federal que planejavam as ações para impedir a posse do governo eleito. O caso está sob investigação da Polícia Federal (PF).
“Se eu falar o seguinte: eu vou ali que eu vou acabar com o fulaninho de tal. Isso é crime? O crime, só existe a tentativa de um crime, quando se inicia a execução”, defendeu. “Se ele tivesse começado a atirar, e esfaquear, a explodir alguém, e por circunstâncias alheias à vontade dele, e esse crime tivesse se consumado, a gente teria a tentativa de homicídio”, declarou em outro momento.
O deputado desconversou ao ser questionado por uma das reuniões - que discutiam as ações contra figuras políticas - ter sido realizada na casa de Braga Netto. O general foi candidato a vice-presidente em chapa junto ao ex-presidente Jair Bolsonaro e também sustentou que “cogitação não é crime”.
A posição de Eduardo seguiu a mesma linha do irmão dele, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que mais cedo também desconsiderou ser crime o planejamento de execução de Moraes, Lula e Alckmin. Em sua rede social, o político também argumentou que se o ato não foi concluído, não houve crime.
PF revelou detalhes do plano
Militares que, segundo a PF, orquestraram uma tentativa de golpe de Estado após eleições de 2022 e o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes (STF), cogitaram matar alvos por envenenamento.
Esse plano seria executado em 15 de dezembro de 2022, três dias após diplomação de Lula, então presidente eleito. Por isso, antes de eventos oficiais, como a posse do petista, em 1º de janeiro de 2023, envolvidos no esquema também monitoraram agenda de autoridades.
Os militares cogitaram usar artefato explosivo ou veneno para executar Moraes "em evento oficial público". Mas também viam riscos nessa ação, "dizendo que os danos colaterais seriam muito altos, que a chance de ‘captura’ seria alta e que a chance de baixa (termo relacionado a morte no contexto militar) seria alto".