Crise no Centrão: aliados de Motta dizem que Lira preferia Elmar como sucessor e tensão aumenta
Interlocutores de Motta ouvidos pelo SBT News dizem que ele não é “controlável”, em referência a críticas de Lira sobre como conduz os trabalhos na Casa


Iander Porcella
O clima de tensão entre o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e seu antecessor, Arthur Lira (PP-AL), aumentou nos últimos dias. Nos bastidores, aliados do paraibano têm dito que Lira preferia Elmar Nascimento (União-BA) como sucessor e estaria “ressentido” por não ter conseguido emplacar seu “plano A” para o comando da Casa.
Interlocutores de Motta ouvidos pelo SBT News dizem que ele não é “controlável”, em referência às críticas de Lira à forma como ele conduz os trabalhos na Casa. Também afirmam que, ao ser eleito com o recorde de 464 votos em janeiro deste ano, se tornou um nome ungido pelos deputados e não somente o sucessor de Lira.
Fontes próximas a Lira, por outro lado, dizem que a relação pessoal com Motta está intacta, apesar das críticas. Também negam que ele tenha qualquer ressentimento com o fato de Elmar não ter sido escolhido como presidente porque houve consenso pela indicação de Motta.
A crise entre os dois líderes do Centrão foi exposta na semana passada, quando os deputados salvaram o mandato de Glauber Braga (PSOL-SP). O psolista, que era alvo de uma representação por ter agredido um membro do MBL e acabou recebendo apenas um afastamento de 6 meses, já ofendeu pessoalmente Lira. O ex-presidente da Casa ficou irritado com o resultado da votação e colocou a culpa na condução política de Motta.
Aliados de Motta viram no movimento de Lira uma indicação de que ele poderia estar planejando uma nova candidatura à presidência da Câmara, caso sua candidatura ao Senado em 2026 não decole. O alagoano, contudo, têm negado que deseje voltar ao comando da Casa e diz que seu foco é o Senado.
Em 2024, na campanha pela presidência da Câmara, Elmar era apontado como o nome natural para a sucessão de Lira. Lideranças políticas, contudo, avaliaram que o deputado do União Brasil não conseguiria votos suficientes, por gerar pouca simpatia nos pares. Motta surgiu, então, como uma opção para reunir o apoio do Centrão, do PT e do PL.









