EJA perde força no Brasil: 198 mil alunos deixam sala de aula em 2024
Dados do Censo Escolar mostram uma queda de mais de 600 mil alunos em quatro anos nessa modalidade de ensino
Gabriela Tunes
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) perdeu força no Brasil nos últimos 4 anos. Nesse período, mais de 600 mil alunos deixaram a sala de aula. Em 2024, quando houve perda de 198 mil estudantes, o Brasil tinha cerca de 2.319 milhões de alunos na EJA. Em 2020, porém, esse número era superior a 3 milhões. Os dados se destacam em cenário em que quase um terço dos brasileiros não concluiu o ensino básico.
As informações foram divulgadas no Censo Escolar pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), ligado ao Ministério da Educação, nesta quarta-feira (9). O levantamento é o principal instrumento de coleta de informações da educação básica e a mais importante pesquisa estatística educacional brasileira.
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"Decréscimo preocupa", diz ministro da Educação
Nas comparações ano a ano, a maior queda na quantidade de alunos no EJA foi entre 2023 e 2024, quando quase 198.496 mil alunos deixaram essa modalidade de ensino.
No ano passado, também no âmbito da EJA, mais de 1 milhão e 400 mil estudantes estavam matriculados no ensino fundamental. Já o ensino médio tinha cerca de 976 mil alunos.
Os dados mostraram também uma grande quantidade de alunos de 17 anos frequentando o ensino para jovens e adultos. De acordo com o ministro da Educação, Camilo Santana, a situação é preocupante.
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"Há uma preocupação enorme de jovens que estão indo pra o EJA. Além disso, a curva de decréscimo preocupa para que adultos concluam a educação básica. Estamos fazendo estímulos para ampliação de matrículas para esses adultos e para que esse perfil seja mudado. É um desafio enorme", disse.
Também nesta quarta, o MEC publicou, no Diário Oficial da União (DOU), uma resolução que institui as Diretrizes Operacionais Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos - EJA.
A publicação prevê que a oferta da EJA deverá ocorrer em diferentes turnos (matutino, vespertino e noturno), para atender às necessidades do público. Além disso, a oferta da EJA deve ser tanto presencial quanto virtual.