Política

Brasil quer acordo rápido com os EUA em modelo "ganha-ganha", sem parecer rendição

Negociadores brasileiros buscam marcar encontro em Washington em novembro e querem suspender tarifas e sanções sem que posicionamento soe como submissão

Imagem da noticia Brasil quer acordo rápido com os EUA em modelo "ganha-ganha", sem parecer rendição
Os presidentes Lula e Trump durante encontro bilateral na Malásia | Daniel Torok/Official White House Photo
• Atualizado em
Publicidade

O governo Lula tenta organizar a nova rodada de conversas com os Estados Unidos a nível ministerial já nas próximas duas semanas, após o encontro entre o presidente e Donald Trump em Kuala Lumpur. O objetivo é chegar a um acordo de "ganha-ganha", capaz de aliviar tarifas e sanções contra o Brasil, sem dar sinais de rendição política.

De acordo com fontes do governo brasileiro, os dois líderes determinaram pessoalmente que suas equipes preparem um novo encontro em Washington, possivelmente nesta ou na próxima semana. A expectativa é que participem o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A COP30, que acontece em Belém nos próximos dias, não deve interferir na agenda.

+ Crise na Venezuela pode voltar à pauta entre Brasil e EUA se o cenário regional se agravar

As negociações se concentram na redução de tarifas de até 40% sobre exportações brasileiras e na suspensão das sanções da Lei Magnitsky, aplicadas contra autoridades brasileiras durante o governo Bolsonaro. Fontes avaliam que Washington reconheceu que essa pauta perdeu sentido, após a reaproximação com o governo Lula.

Ainda assim, há expectativa de que os Estados Unidos busquem contrapartidas antes de recuar. "Trump subiu no telhado, jogou a escada fora e agora a gente tem que achar uma escada pra ele descer", disse uma fonte. "Nossa linha é de não submissão. O objetivo é que os dois lados possam cantar vitória", completou.

+ Senado dos EUA aprova resolução para barrar tarifas de 50% sobre importações brasileiras

No governo brasileiro, a leitura é de que o diálogo entra em fase de reconstrução pragmática. A política doméstica do Brasil, que antes contaminava as tratativas, ficou para trás, segundo avaliações internas. Integrantes do governo Lula, então, apostam em uma relação mais técnica, com resultados econômicos concretos, e sem riscos de exploração política, como ocorreu em outros episódios envolvendo Trump e líderes estrangeiros.

Publicidade

Últimas Notícias

Publicidade