Brasil espera receber mais deportados dos EUA e prepara plano de acolhimento
Ministério dos Direitos Humanos articula ação emergencial para receber repatriados, com abrigo e alimentação; primeiros deportados chegaram sábado (25) ao país
Ayumi Watanabe
O governo federal está preparando um plano de acolhimento para os brasileiros deportados dos Estados Unidos, caso o número de expulsos aumente. A ação emergencial será coordenada pelo Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC), que já acionou a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social de Minas Gerais e a Prefeitura de Belo Horizonte para garantir a recepção dos primeiros repatriados.
Neste sábado (25), 88 brasileiros chegaram ao país no primeiro voo de deportação feito pelo novo governo de Donald Trump. Eles tiveram que passar a noite no aeroporto de Manaus, devido a problemas com o avião em que estavam, e depois foram levados por uma aeronave da FAB (Força Aérea Brasileira) para Minas Gerais.
A FAB foi acionada para garantir a segurança e o transporte adequado dos deportados, que chegaram com algemas nos pés e mãos. O Ministério da Justiça intercedeu para que as algemas fossem retiradas antes da viagem para o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins. O ministro da pasta, Ricardo Lewandowski, classificou o caso como um "flagrante desrespeito aos direitos fundamentais dos brasileiros".
Embora o governo permita que cada deportado siga para casa por conta própria, ele se compromete a oferecer assistência humanitária, como abrigo e alimentação, caso necessário. A ministra de Direitos Humanos, Macaé Evaristo, afirmou que tomará as mesmas providências adotadas em Guarulhos, onde os repatriados recebem apoio desde o desembarque.
A assessoria do MDHC informou que serão realizadas colaborações entre diferentes esferas de governo. "Será feita uma ação emergencial para esse caso, e vamos elaborar um plano interfederativo em caso de escalada no número de repatriados", disse a pasta em nota.
* Estagiária sob supervisão de Emanuelle Menezes
