Política

Brasil assina texto que cobra moderação dos EUA e fala em eleições livres; Venezuela se recusa

Cúpula com países da América Latina e da Europa defende democracia, meio ambiente e reformas na ONU; Caracas esperava tom mais duro contra Trump

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Presidente Lula participou da 4.ª Cúpula de Chefes de Estado da CELAC e da União Europeia | Divulgação/planalto
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O Brasil assinou neste domingo (9) uma declaração conjunta entre países da América Latina e da Europa que defende eleições livres, o respeito à democracia e, de forma indireta, uma postura mais moderada dos Estados Unidos em conflitos internacionais.

O texto foi divulgado durante a reunião dos dois blocos em Santa Marta, na Colômbia, e recebeu a adesão de 58 nações. Venezuela e Nicarágua se recusaram a assinar.

Com 52 pontos, a declaração trata de temas que vão da guerra na Ucrânia e do conflito em Gaza até o combate às mudanças climáticas e a regulação do comércio global. O documento cobra “segurança marítima e estabilidade regional no Caribe”, numa referência indireta às ações militares ordenadas por Donald Trump contra embarcações suspeitas de tráfico de drogas, e defende um “sistema de comércio aberto, previsível e baseado em regras”, em oposição às políticas tarifárias do republicano.

Outro ponto de divergência veio de um trecho que reafirma o “compromisso inquebrantável com a democracia, incluindo eleições livres, inclusivas, transparentes e credíveis”. A formulação foi entendida como uma cobrança direta à Venezuela, que se recupera de um processo eleitoral questionado pela comunidade internacional. Nicarágua acompanhou a posição venezuelana e também ficou fora.

+ Venezuela, Estados Unidos e tarifaço: o que está em jogo na viagem de Lula à Colômbia

A declaração também propõe uma reforma do Conselho de Segurança da ONU, para torná-lo mais representativo e democrático, e mudanças no sistema financeiro internacional que ampliem a voz dos países em desenvolvimento. No campo ambiental, o texto reafirma os compromissos firmados na COP30, em Belém, e pede reduções rápidas das emissões de gases de efeito estufa, além de cooperação entre América Latina e Europa na transição energética.

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