Bets: "Não vamos esperar CPI para tomar atitudes", diz senador Jaques Wagner
Líder do governo no Senado defende o controle de abusos e não a proibição total de CPFs de beneficiários do Bolsa Família
Em entrevista ao programa Perspectivas, do SBT News, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), disse que o governo não vai aguardar recomendações da CPI das Bets para tomar medidas e controlar abusos.
"A CPI foi criada porque criou esse constrangimento, essa perplexidade. Na minha opinião, a ideia do governo não é ir para outro extremo para dizer que está proibido, é você ter uma regulamentação que evite esses absurdos que são o gasto exagerado. As pessoas que infelizmente se viciam e acabam gastando muito mais do que podem daqui a pouco não estão pagando suas prestações", afirmou.
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a atuação dos sites de apostas, conhecidos como “bets”, foi criada nesta segunda (8) no Senado depois de dados do Banco Central mostrarem que, somente no mês de agosto, 5 milhões de beneficiários do Bolsa Família apostaram R$ 3 bilhões de reais, somente com transferências via Pix.
Entre as justificativas para a criação da CPI, está: a crescente influência dos jogos virtuais de apostas on-line no orçamento das famílias brasileiras e a possível associação das empresas de apostas on-line com organizações criminosas.
Ainda não há previsão de quando a CPI irá iniciar os trabalhos. Nos próximos dias, cabe às lideranças de partidos do Senado indicar os 11 parlamentares que irão compor comissão.
Segundo Jaques Wagner, o estado não tem condições de "tomar conta de cada um" dentro da sua casa, por isso a defesa é de que o foco das ações do governo deve ser nas empresas que prestam o serviço.
"O que que a gente vai ter que fazer, que é uma regulamentação mais dura, é impor regras para os donos das bets, para cada um desse sistema, de tal forma que a gente possa ter a liberdade de quem quer jogar, mas evitar esses absurdos que são o gasto excessivo”, destacou Jaques Wagner.