Política

Após tarifaço, Brasil e Estados Unidos retomam diálogo e aumentam expectativa por encontro entre Lula e Trump

Encontro entre Mauro Vieira e Marco Rubio marca reaproximação após tarifaço; analistas afirmam que Lula pode ter de fazer concessões

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O primeiro encontro oficial entre Brasil e Estados Unidos ocorreu nesta quinta-feira (16), três meses após o anúncio do tarifaço feito por Donald Trump em julho. Analistas avaliam que, em um eventual encontro entre o presidente norte-americano e Luiz Inácio Lula da Silva, Trump deve adotar uma postura pragmática, priorizando resultados econômicos sobre diferenças ideológicas.

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A reunião foi realizada a convite do secretário norte-americano Marco Rubio, que recebeu o chanceler brasileiro Mauro Vieira. Os dois já haviam conversado por telefone na última semana, após Trump e Lula confirmarem, por videoconferência, a abertura das negociações bilaterais. O diálogo entre os presidentes durou cerca de meia hora e foi motivado pela boa relação demonstrada no breve encontro que tiveram durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York.

Para o professor de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Vinicius Rodrigues Vieira, o presidente norte-americano deve adotar uma linha prática nas conversas com o Brasil. Contudo, o especialista ressalta que o governo brasileiro pode precisar fazer concessões em alguns pontos sensíveis.

"Algo recorrente na fala de Trump é a preocupação de que os BRICS, grupo do qual o Brasil faz parte, sirvam de plataforma para a despolarização da economia mundial. Então, o Brasil deve buscar assumir algum compromisso para não desmoralizar sua economia, mitigando os temores e as pressões de Trump sobre essa questão, que é a mais delicada de todas”, analisou.

O encontro também elevou as expectativas para a reunião presencial entre Lula e Trump, prevista para acontecer cerca de três meses após o anúncio do tarifaço.

“É uma autoaposta do governo brasileiro, porque o setor produtivo está muito crítico em relação à postura inicial do presidente Lula de não negociar com Trump. Não se trata apenas de resolver o problema que envolve milhares de empregos e prejuízos a produtores, mas também de um interesse político legítimo de um presidente que busca fortalecer sua posição interna”, afirmou o professor.

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