Após reunião com Lula, líder do governo diz que projeto que dá aumento a juízes pode “quebrar o país”
Encontro ocorreu após convocação de emergência de líderes e ministros para tratar de pautas-bomba e arrefecer rusgas com a Câmara
O líder do governo José Guimarães (PT-CE) disse após reunião de quase três horas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Quinquênio tem potencial de “quebrar o país”. O texto foi aprovado nesta quarta-feira (17) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e segue para a votação em Plenário. A PEC concede um bônus nos vencimentos de integrantes do Judiciário a cada cinco anos.
Também estavam na reunião os líderes do Senado, Jaques Wagner (PT-BA) e do Congresso, Randolfe Rodrigues (Sem Partido-AP) e os ministros da Casa Civil, Rui Costa e das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
“Se essa PEC seguir, ela vai quebrar o país e os estados. Não tem o menor fundamento, na minha opinião. O presidente não falou sobre isso, é opinião minha. Essa PEC não pode, ela quebra fiscalmente o país, não sei como o Senado aprovou isso”, disse Guimarães.
A proposta só deve ser votada em Plenário após cinco sessões temáticas para discussão da matéria, que devem ter início na próxima semana.
Guimarães também também afirmou que o governo precisa manter a sintonia com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e admitiu que são necessários “consertinhos” na relação. O líder também citou a crise entre Lira e Alexandre Padilha, e afirmou que o ministro das Relações Institucionais está disposto a tratar com o chefe da Casa Baixa. No entanto, ele destacou que o assunto não foi tratado na reunião convocada por Lula.
Questionado sobre a pauta do governo estar travada na Câmara, o líder justificou que a votação sobre a manutenção da prisão do deputado Chiquinho Brazão, suspeito de ser um dos mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, acabou adiando outras discussões e votações de interesse do governo na Casa.
“Não tem interdição nas pautas econômicas do governo. O que aconteceu essa semana foi a pauta (atrasar), desde a votação do Brazão, mas tudo está dentro da normalidade. Nada que signifique alguma crise com o governo”, disse.
O deputado federal também citou que está confiante nas articulações para manter o que foi sancionado pelo presidente Lula com a PEC das saidinhas. “Está avançando bem porque o presidente manteve o que foi aprovado, tem apenas esse artigo (sobre manter aos presos a visita às famílias) e o desempenho do ministro Ricardo Lewandowski na Comissão de Segurança da Câmara foi excelente.
Também estavam na reunião os líderes do Senado, Jaques Wagner (PT-BA) e do Congresso, Randolfe Rodrigues (Sem Partido-AP) e os ministros da Casa Civil, Rui Costa e das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.