Publicidade
Política

Alckmin diz que "indulto" a condenados por atos antidemocráticos é "golpismo de marcha ré"

Na semana em que projetos de anistia ganharam fôlego em Brasília, vice-presidente afirma que qualquer proposta neste sentido é inadmissível

Imagem da noticia Alckmin diz que "indulto" a condenados por atos antidemocráticos é "golpismo de marcha ré"
O vice-presidente Geraldo Alckmin em conversa com jornalistas | Júlio César Silva/MDIC
,
Publicidade

O vice-presidente Geraldo Alckmin disse nesta sexta-feira, durante evento em São Paulo, que qualquer defesa de anistia ou indulto a pessoas envolvidas com atos antidemocráticos é "inadmissível" e significa um "golpismo de marcha ré".

Em entrevista a jornalistas após o leilão do Túnel Imerso Santos-Guarujá, Alckmin foi questionado sobre o movimento pela anistia que vem crescendo em Brasília, com ao menos três minutas em circulação e deputados de oposição fazendo pressão sobre o presidente da Câmara, Hugo Motta, para que o assunto seja colocado na pauta. Ele defende que a ideia não tem sentido, já que o povo brasileiro tem "amor à Democracia", e que ela é parte da identidade nacional.

O vice-presidente também tentou afastar qualquer relação entre as negociações com os Estados Unidos em torno do tarifaço de Donald Trump e o julgamento de Jair Bolsonaro no STF. Donald Trump tem colocado o fim do processo contra Bolsonaro como condição para retirar a sobretaxa a produtos do Brasil.

"Não tem relação a questão do julgamento do Supremo Tribunal Federal e a questão da tarifa americana. Imagine o seguinte, a Suprema Corte americana abre um processo contra, por exemplo, Barack Obama. Aí nós, brasileiros, nós não gostamos desse processo, nós não concordamos, então nós vamos aumentar a tarifa", argumentou, comparando os cenários.

+ "Ele não quer conversar conosco", afirma Lula sobre Trump

"E sobre essa questão, [é preciso] respeitar o Judiciário. Indulto é golpismo de marcha à ré", complementou.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que participou de negociações pela anistia em Brasília, também estava no evento da B3, mas não falou sobre o assunto.

Já o ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa, que é do mesmo partido do governador paulista, disse aos jornalistas que se estivesse no Congresso votaria contra a anistia.

"Eu não estou no Congresso, estou licenciado. Mas se estivesse no Congresso, eu votaria contra a anistia. Eu acho que esse não é o momento de debater esse tema. Eu acho que a gente tem que avançar no imposto de renda, nós precisamos avançar na reforma administrativa", argumentou.

+ Para Lula, Bolsonaro assume culpa ao pedir anistia antes de condenação

Para o ministro, o Congresso tem pautas muito mais importantes para esse final de ano. No entanto, ele ponderou que é preciso discutir com seriedade a questão da tipificação das penas.

"Não dá para algum cidadão que foi levado ao erro em algum momento, por um processo de invasão, pegar uma pena de 10, 12 anos. Eu acho que essa discussão da tipificação da pena tem que ser discutida", afirmou.

Publicidade
Publicidade

Últimas Notícias

Publicidade