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Política

Governo encerrou projeto de escolas cívico-militares por "revanche", diz deputado

Tenente-coronel Zucco acusa gestão de Lula de ter mentido sobre manutenção de modelo escolar

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Escola Lima Neto (Reprodução/Facebook)
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O deputado federal tenente-coronel Luciano Zucco (Republicanos-RS) afirmou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mentiu sobre a manutenção do modelo das escolas cívico-militares no Brasil. O governo anunciou o encerramento do programa nesta 4ª feira (12.jul). Em entrevista ao programa Poder Expresso (vídeo acima), Zucco classificou a medida como "revanchista".

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Zucco disse que o ministro da Educação, Camilo Santana, "veio a público dizendo que não ia encerrar o modelo federal" em reunião na Comissão de Educação da Câmara, em abril. Na ocasião, Santana disse que as 202 unidades que adotaram a modalidade continuariam a funcionar e que o governo discutiria o modelo com estados e municípios.

"Isso foi ato revanchista, irresponsável, que a gente vai lutar para modificar", continua Zucco. "Mais de 20 mil crianças estão no modelo federal e serão prejudicadas", alegou o deputado.

"Já estamos, inclusive, fazendo pedido de urgência a projeto de lei de minha autoria, nos moldes do modelo estadual. Temos lei aprovada no Rio Grande do Sul, também de minha autoria", complementou o tenente-coronel. 

Em debate com o deputado mediado pelo Poder Expresso, o professor e ex-secretário de Educação do Distrito Federal Rafael Parente chamou o modelo cívico-militar de "política extremamente irrelevante".

"O próprio estado do Rio Grande do Sul, que tem mais de 2.300 escolas estaduais. Quando a gente olha só para as escolas cívico-militares, não contando as municipais, temos mais de 40. Em quatro anos de governo Bolsonaro, a gente tinha presidente favorável, governador favorável, prefeitos favoráveis, e a gente não chegou nem a 2% da quantidade de escolas, mesmo com todos os governantes favoráveis", disse Parente. Ele ainda definiu esse modelo como uma "política baseada em medo, humilhação e agressividade". 

"Se a gente olhar os países mais avançados na educação, não existe nenhum país realmente desenvolvido socialmente, economicamente que aposta nesse modelo", continuou Parente.

Zucco argumentou que a expansão do programa esbarrou em "motivos ideológicos". "É o modelo mais democrático possível. A comunidade escolar escolhe a implantação. Nós conversamos com diretores, professores, pais. Não tem nada mais democrático do que isso. Não cabe a um governo decidir encerrar um programa simplesmente por revanche. Logicamente, a implantação com responsabilidade leva tempo. Não existe violência ou estímulo a violência", discordou o deputado.

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