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Política

Bolsonaro cancela participação em Fórum Brasil-OCDE e ministros dizem que país é democrático

A participação do presidente estava como compromisso oficial na agenda divulgada pelo Planalto

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Bolsonaro cancela participação em Fórum Brasil-OCDE e se reúne com apresentador Datena | Isac Nóbrega/PR
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O vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) foi quem defendeu diante do secretário-geral da OCDE, Mathias Comann, nesta 3ª feira (21.jun), que o Brasil preserva o meio ambiente e que é uma democracia sólida. Antes de Mourão, os ministros Paulo Guedes, da Economia, e Carlos França, das Relações Exteriores, endossaram o coro sobre a democracia e ações sobre a economia "verde".

O Brasil recebeu em janeiro deste ano o convite para participar de um processo para adesão ao bloco de países que compõem a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, OCDE. Para que isso aconteça, no entanto, o Brasil precisa cumprir metas que enfatizam a produção vinculada à preservação, combate de crimes ambientais, livre comércio e também a garantia de que o regime democrático não está sob ameaça. 

Nesta 3ª feira, o secretário-geral da OCDE vai ter uma audiência reservada com o presidente Jair Bolsonaro (PL) no Palácio do Planalto. Segundo o chanceler Carlos França, será uma encontro de cortesia. O ministro da Economia durante discurso no evento repetiu várias vezes que o Brasil é uma democracia liberal e uma potência verde. O que foi endossado em outros discursos de Carlos França e do vice-presidente. 

As declarações acontecem em meio à cobrança internacional sobre o caso Dom e Bruno. O jornalista britânico e o indigenista brasileiro foram assassinados na maior área de índios isolados do país. Relatório da Polícia Federal revelou que o órgão não recebe recursos para investir em efetivo e operações na região. O episódio expõe também as Forças Armadas já que a área é uma região de fronteira onde existem inúmeras denúncias da ação de narcotraficantes com garimpeiros que operam de forma ilegal.

Democracia

A defesa da democracia feita pelos ministros de Bolsonaro e pelo vice-presidente, Hamilton Mourão, nesta 3ª, contrastam com ações adotadas nos últimos meses pelo presidente Jair Bolsonaro e órgãos da União. Os ministérios da Defesa e Justiça informaram ao Tribunal Superior Eleitoral que irão indicar nomes de integrantes das Forças Armadas e da Polícia Federal para fiscalizarem o processo eleitoral brasileiro. As indicações surpreenderam integrantes do TSE que indicaram uma ação coordenada capitaneada por Bolsonaro para fazer uma apuração paralela que possa subsidiar o presidente para questionar o resultado das urnas caso ele não seja o vencedor da disputa de outubro. 

Depois de um pronunciamento conjunto, o ministro Carlos França conversou rapidamente com a imprensa. Ele justificou a ausência de Bolsonaro na abertura do evento e disse que o presidente informou apenas que havia surgido outro compromisso. Entre o fim da manhã e o início da tarde desta 3ª feira, Bolsonaro esteve reunido no Planalto com o apresentador Datena, que deve disputar uma vaga ao Senado pelo estado de São Paulo.

O ministro das Relações Exteriores também minimizou o reflexo do caso Dom e Bruno no processo para que o Brasil seja aceito na OCDE e os discursos do presidente Jair Bolsonaro contra o sistema de votação. Para Carlos França, o presidente pede mais fiscalização, mas irá respeitar o resultado das urnas. O chanceler ressaltou que a comunidade internacional sabe que as instituições brasileiras são fortes e funcionam para garantir o regime democrático.

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