Bolsonaro admite que Wal nunca esteve em Brasília: "Estou confessando"
Segundo o presidente, ex-assessora, que é apontada pelo MPF como funcionária fantasma, tomou posse por procuração
![Bolsonaro admite que Wal nunca esteve em Brasília: "Estou confessando"](/_next/image?url=https%3A%2F%2Fsbt-news-assets-prod.s3.sa-east-1.amazonaws.com%2FCarlos_Bolsonaro_Wal_do_Acai_e_Jair_Bolsonaro_49f071ec36.jpg&w=1920&q=90)
O presidente Jair Bolsonaro admitiu, nesta 5ª feira (24.mar), que a ex-assessora parlamentar Walderice Santos da Conceição, conhecida como "Wal do Açaí", nunca esteve no gabinete dele em Brasília.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
O chefe do Executivo criticou a decisão do Ministério Público Federal, que sugeriu a abertura de inquérito por improbidade administrativa contra ele a ex-assessora. Segundo as investigações, "Wal do Açaí" teria sido uma espécie de "funcionária fantasma" do então deputado federal Jair Bolsonaro, ao longo dos mais de 15 anos em que esteve na Câmara dos Deputados.
"Não precisa interrogar a Wal não; e nem a mim. Eu estou confessando: ela nunca esteve em Brasília. É verdade. Ela tomou posse por procuração", assumiu o presidente, durante sua transmissão semanal, nas redes sociais.
Segundo Bolsonaro, a prática de manter assessores parlamentares no estado de origem do deputado federal - no caso dele, no Rio de Janeiro -, sem ao menos conhecer o gabinete do político no Distrito Federal, é muito comum no Congresso. O presidente justificou que a manutenção desses representantes em determinadas regiões seria uma forma do parlamentar estar mais próximo das necessidades de suas bases eleitorais.
"Pelo que eu tenho conhecimento, ela nunca esteve em Brasília, a Wal. Ela mora em um distrito de Angra dos Reis. Tem deputados aqui, não vou perguntar. Eu duvido qual deputado fora do DF que não tenha [funcionários em outros estados]. Esse pessoal que está nos estados não vêm a Brasília, toma posse por procuração. Eu fiz isso a vida toda. E a Wal ganhava o equivalente a R$ 1,5 mil por mês, já somado o auxílio alimentação", argumentou.
O presidente também questionou as intenções do Ministério Público Federal com a abertura da investigação contra ele e sugeriu que os demais casos de funcionários alocados fora de Brasília também sejam apurados. "Eu queria que o MP investigasse todas as matérias de jornal que saem aí. Sempre tem alguma coisa mexendo com servidor público. Por que não investiga todo mundo, só para cima de mim?"
Por fim, Jair Bolsonaro minimizou os possíveis efeitos de uma possível condenação no inquérito. "Pega mal para o Ministério Público fazer isso aqui. Já calcula quanto eu tenho que devolver. Deve ser uns R$ 300 mil? Deve ter mais multa e etc. Ok, e eu vou ser julgado".
Leia também:
+ Ucrânia acusa Moscou de levar 400 mil civis à força para a Rússia