Governador do Amazonas é alvo de investigação da Polícia Federal

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF) deflagraram nesta terça-feira (30) a Operação Sangria, que investiga supostas fraudes e desvios na compra de respiradores destinados a pacientes infectados pelo novo coronavírus no Amazonas. O governador do estado, Wilson Lima (PSC), é o principal alvo da ação.

De acordo com as investigações, foi identificado que o governo amazonense adquiriu, com dispensa de licitação, 28 respiradores por meio de uma importadora de vinhos. Nesse contrato, a suspeita de faturamento é de cerca de R$ 496 mil. Além disso, os aparelhos vendidos pela importadora foram obtidos através de uma empresa fornecedora de equipamentos de saúde por R$ 2.480 milhões e revendidos, no mesmo dia, por R$ 2.976 milhões ao estado. 

A subprocuradora-geral da República, Lindôra Araújo, afirmou em nota publicada pelo MPF que Lima tem participação direta nas ocorrências. "Os fatos ilícitos investigados têm sido praticados sob o comando do governador do estado, Wilson Lima, o qual detém o domínio completo e final não apenas dos atos relativos à aquisição de respiradores para o enfrentamento da pandemia, mas também de todas as demais ações governamentais relacionadas à questão". 

Durante a ação, a secretária de Saúde Simone Papaiz, que assumiu o cargo pouco antes do pico da epidemia no estado, foi presa. Ao todo, os agentes cumprem 20 mandados de busca e apreensão e outros oito de prisão temporária. As medidas foram determinadas pelo ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e incluem o bloqueio de bens no valor de R$ 2.976 milhões de pessoas físicas e jurídicas.