Bolsonaro diz que conversará com Vélez para decidir futuro do Ministério
Em entrevista, o presidente reconheceu a existência de problemas com o ministro, que também tem sido pressionado pelos parlamentares
SBT News
O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira (28) que irá conversar com o ministro da educação, Ricardo Vélez, sobre os problemas da pasta e que, somente após essa conversa, irá decidir sobre o futuro do Ministério.
Em seu primeiro pronunciamento a respeito da crise que envolve uma das pastas mais importantes do Governo, Bolsonaro admitiu a existência de problemas com o ministro. "Tem problema? Tem, ele é novo no assunto, não tem o tato político. Vou conversar com ele e tomar as decisões que tem que tomar", disso o presidente.
Vélez também tem sido pressionado pelos parlamentares. Nesta quarta-feira (27), durante uma audiência na Câmara, o ministro foi duramente criticado por vários deputados.
"Eu não conheço um bom gestor que não conhece o mínimo do que está fazendo. A mim me resta lamentar o que está acontecendo, continuar o meu trabalho de educação e esperar que o senhor mude de atitude, o que parece completamente improvável, ou saia do cargo, ministro da Educação.", declarou a deputada Tabata Amaral (PDT-SP).
A passagem do ministro pelo Congresso Nacional também não foi bem vista pelo Governo. A impressão que parece predominar sobre os parlamentares e, até mesmo, ser um consenso entre os colegas recém-exonerados da pasta, é de que Vélez tem um total "desconhecimento" dos projetos comandados por ele próprio.
No mesmo dia, outra baixa no MEC foi confirmada. Paulo César Teixeira abandonou a diretoria de Avaliação da Educação Básica no INEP. O professor, administrador e economista assumiu o cargo a convite do ex-presidente do órgão.
Em entrevista ao SBT, Teixeira falou sobre o adiamento da avaliação de crianças e, contrariando a fala sobre uma suposta "puxada de tapete" de Vélez, afirmou que o MEC sabia da medida.
"Eu, pessoalmente, estive na reunião com a equipe da secretaria nacional de alfabetização e, nessas reuniões, inclusive, com vídeo-conferência envolvendo todas as equipes.", explicou o ex-diretor.
Em três meses de gestão Vélez, o Ministério da Educação já sofreu dez baixas.