Michel Temer vira réu no caso de ex-assessor flagrado com mala de R$ 500 mil
A denúncia do Ministério Público acusa Temer de corrupção passiva por ser o suposto destinatário do dinheiro
O juiz Rodrigo Paiva Bentemuller, da 15ª Vara da Justiça Federal em Brasília, aceitou a denúncia do Ministério Público e tornou o ex-presidente réu no caso envolvendo o ex-assesor dele, Rodrigo Rocha Loures, que foi flagrado com uma mala de R$ 500 mil. Loures é réu no mesmo processo
A denúncia acusa Temer de corrupção passiva por ser o suposto destinatário do dinheiro enviado pelo empresário Joesley Batista, da JBS. O ex-presidente sempre negou a acusação. A base para a denúncia foi a colaboração premiada de Batista e do ex-executivo da empresa Ricardo Saud.
Em nota, Eduardo Carnelós, advogado de Michel Temer, afirmou que a acusação é "desprovida de qualquer fundamento".
Confira a nota da defesa de Temer na íntegra:
"A denúncia que imputa a prática de crime ao ex-presidente Temer pelos fatos relacionados ao recebimento de mala contendo dinheiro pelo ex-deputado Rodrigo Rocha Loures é a primeira acusação formulada pelo ex-Procurador-Geral da República, depois da deflagração, em maio de 2017, da sórdida operação com a qual se pretendeu depor o então presidente da República.
Como tudo que nasceu daquela operação ilegal e imoral, essa imputação também é desprovida de qualquer fundamento, constituindo aventura acusatória que haverá de ter vida curta, pois, repita-se, não tem amparo em prova lícita nem na lógica".
RELEMBRE O CASO
Em abril de 2017, o ex-assessor especial do então presidente Michel Temer, Rodrigo Rocha Loures, foi flagrado em uma ação da Polícia Federal recebendo uma mala com R$ 500 mil em dinheiro do executivo da J&F, Ricardo Saud,
Desde o início das investigações, Temer negou qualquer irregularidade e disse que o dinheiro não era para ele. O ex-presidente e Loures foram denunciados por recebimento de propina, mas o caso foi analisado pela Câmara dos Deputados, que não deu sequência ao processo para o Supremo Tribunal Federal.
O caso ficou parado na Justiça até que Michel Temer deixasse a presidência e, consequentemente, perdesse o fotro privilegiado. Assim que Temer deixou o cargo, o caso foi transferido para a Justiça Federal de Brasília.