MEC exonera seis funcionários e permanência de Vélez está ameaçada
As demissões de cargos do alto escalão do Ministério são consequência de críticas do guru intelectual e ideológico de Bolsonaro, o escritor Olavo de Carvalho.
SBT News
Em edição extra do 'Diário Oficial da União' publicada nesta segunda-feira (11), o Governo Bolsonaro exonerou seis nomes do Ministério da Educação, sendo um chefe de gabinete, um secretário adjunto, um assessor especial e três diretores.
Em nota, o MEC afirma que os membros desligados do Governo ocupavam "cargos e funções de confiança, de livre provimento e exoneração" e que "as movimentações de pessoal e de reorganização administrativa, levadas a efeito nos últimos dias, em nada representam arrefecimento no propósito de combater toda e qualquer forma de corrupção". Porém, reitera um compromisso na "apuração de indícios de irregularidades no âmbito da pasta".
Alguns dos nomes exonerados nesta segunda-feira são diretamente ligados ao escritor Olavo de Carvalho que, na semana passada, teceu duras críticas ao andamento do Governo Bolsonaro.
Segundo um dos funcionários, um grupo de seguidores de Carvalho foi nomeado para cargos dentro do Ministério da Educação após a posse de Jair Bolsonaro, incluindo o próprio ministro, Ricardo Vélez.
Contudo, desde as declarações de Olavo de Carvalho, a permanência de Vélez no Governo passou a ser ameaçada.
Em uma tentativa de diminuir a influência do escritor dentro do ministério, com a ajuda do assessor especial Ricardo Roquetti, Vélez passou a remover de postos de comando do MEC ex-alunos de Carvalho. A intenção seria dar um viés menos ideológico e mais técnico ao Ministério.
Ao perceber a movimentação, Jair Bolsonaro mandou que Vélez demitisse Roquetti, deixando o Ministro em uma posição delicada para a manutenção de seu cargo.
Outros nomes já estão sendo cogitados para substitui-lo. Dentre eles, o de Carlos Nadalim, secretário de alfabetização do MEC, que já conta com a aprovação do guru do presidente, Olavo de Carvalho.