EXCLUSIVO: SBT Brasil tem acesso a documentos de defesa de Fabrício Queiroz
O documento revela que funcionários da ALERJ repassavam parte de seus salários para Queirós e aponta como o assessor ampliou sua renda.
SBT News
A defesa do assessor parlamentar Fabrício Queiroz apresentou nesta quinta-feira (28) documentos ao Ministério Público que esclarecem as movimentações financeiras consideradas atípicas.
Os relatórios explicam a origem de depósitos feitos por funcionários da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, a ALERJ, na conta de Queiroz, na época, ex-assessor do então Deputado Flávio Bolsonaro, filho do presidente, que, hoje, cumpre mandato de Senador.
Queiroz alega que os depósitos fizeram parte de um esquema montado por ele, com a concordância dos funcionários do gabinete, para intensificar a atuação política de Flávio Bolsonaro por meio da multiplicação dos assessores de base.
Logo, o ex-assessor explica que pegava parte do salário dos funcionários para usar na contratação de mais colaboradores.
Fabrício Queiroz ainda afirma que nunca entendeu estar agindo fora da lei, já que a estratégia tinha como base a ideia de voluntariedade, e que também havia a concordância prévia dos envolvidos, ação que chamou de "desconcentração de renda".
Declara ainda que nunca achou necessário expor o mecanismo que criou a Flávio Bolsonaro ou ao chefe de gabinete.
No documento, Queiroz apresenta duas justificativas para a movimentação, entre 2016 e 2017, de um milhão e duzentos mil reais, considerada atípica pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras, o Coaf.
A primeira é de que ele administrava as finanças da família e que, por isso, recebia a renda do trabalho da mulher e dos quatro filhos em sua conta.
A segunda é de que sempre desempenhou atividades informais de segurança particular, de intermediação de imóveis e de compra e venda de veículos, de eletrônicos, de vestuário e de quaisquer outros produtos que garantissem a ele uma renda extra.
Fabrício Queiroz já foi chamado ao Ministério Público do Rio de Janeiro ao menos quatro vezes, mas, nunca compareceu.
Na petição apresentada nesta quinta-feira (28), os advogados de defesa alegam que a ausência do réu é justificada pelo estado de saúde do assessor parlamentar, que luta contra um câncer, e pedem que as informações prestadas por escrito sejam suficientes. Nela, Queiroz se compromete ainda a fornecer nomes e endereços dos assessores contratados na base eleitoral por meio da estratégia por ele apresentada.