Política
Lava Jato: Paulo Preto é preso novamente e Aloysio Nunes pede demissão à Doria
O ex-diretor da Dersa guardava mais de cem milhões de reais em dois imóveis na capital paulista. Também investigado, Aloysio abriu mão do cargo na Investe SP.
SBT News
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Foi preso em São Paulo, na manhã desta terça-feira (19), o ex-diretor da Dersa, Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, suspeito de manter um bunker para o armazenamento de cerca de cem milhões de reais em espécie.
Paulo Preto, que já fora indiciado em outras fases da Operação Lava Jato como operador financeiro do PSDB, agora, é também suspeito de fornecer grande parte dos recursos ligados ao pagamento de propina pela empreiteira Odebrecht. Esta é a terceira prisão de Paulo Preto.
Após a prisão, Paulo Preto foi levado à sede da Polícia Federal de São Paulo e, posteriormente, será conduzido à Superintendência do Paraná, onde passará por um interrogatório.
A prisão foi um desdobramento da deflagração da 60º fase da Operação Lava Jato, a pedido de uma força-tarefa do Ministério Público Federal, no Paraná, que consiste no cumprimento de doze mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Paulo Preto e a Aloysio Nunes Ferreira Filho, ex-senador e ex-chanceler do Governo Temer.
Até o final da noite desta terça-feira (19), Aloysio Nunes Ferreira era presidente da estatal Investe SP, posto que integra o primeiro escalão do governo de João Dória (PSDB-SP).
Em uma reunião realizada com o Governador de São Paulo, João Dória, o tucano entregou uma carta de demissão, abandonando o seu cargo na Agência Paulista de Promoção de Investimentos.
Segundo a força-tarefa da operação, Aloysio Nunes recebera um cartão de crédito vinculado à conta da Suíça de Paulo Preto. A entrega foi feita em um hotel luxuoso, em Barcelona, na Espanha.
Na tarde desta terça-feira, foram realizadas buscas na casa de Aloysio Nunes.
Operação 'Ad Infinitum'
Esta fase da operação Lava Jato, batizada de 'Ad Infinitum', aprofunda a investigação dos métodos de lavagem de dinheiro envolvendo os esquemas de propina e de repasses milionários à Odebrecht.
Segundo as autoridades, entre os anos de 2010 e 2011, o chamado Setor de Operações Estruturadas receptava altas quantias de dinheiro por meio de operadores financeiros, que canalizavam os recursos para que a Odebrecht financiasse campanhas eleitorais e o pagamento de propina a agentes públicos e políticos.
As investigações apontam que, com a ajuda e operadores financeiros, o dinheiro devolvido pela Odebrecht ela lavado por empresas e contas no exterior, que serviam como justificativa para os recursos usados.
A deflagração da operação teve como base o relato do empresário Adir Assad, que fez acordo de delação premiada com a força-tarefa da Lava Jato após a sua prisão por operar propina para a empreiteira.
Em seu depoimento, Assad afirmou ter visitado o bunker diversas vezes e que, em alguns casos, o local estava tão cheio de notas de dinheiro, que Paulo Preto as colocava para secarem ao sol, para que não mofassem.
Quarenta e seis policiais federais cumpriram doze mandatos de busca e um de prisão preventiva em dez localidades diferentes, em São Paulo, São José do Rio Preto, Guarujá e Ubatuba.
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