Valdemar Costa Neto e Torres adotam estratégia diferente de Bolsonaro e falam durante depoimentos à PF
Ex-presidente e outros aliados, como Braga Netto e o general Heleno, ficaram em silêncio, na oitiva sobre tentativa de golpe
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres, adotaram estratégia distinta da do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros aliados em seus depoimentos nesta quinta-feira (22), na sede da Polícia Federal, em Brasília.
Os dois decidiram falar à PF. O advogado de Costa Neto, Marcelo Bessa, disse que o líder partidário "respondeu todas as perguntas que lhe foram feitas". "A defesa não fará qualquer comentário sobre as investigações", afirmou em nota.
+ Bolsonaro fica menos de 30 minutos na PF e se cala em depoimento
A defesa de Torres também disse que o ex-ministro de Bolsonaro respondeu aos questionamentos. "Anderson Torres esclareceu todas as dúvidas em relação aos fatos investigados e reafirma sua disposição para cooperar com as investigações", informou a defesa.
O advogado Eumar Novacki disse que "o ex-ministro acredita na Justiça e confia nas instituições brasileiras".
Silêncio
Bolsonaro não respondeu os investigadores. Por menos de 30 minutos, ele se manteve calado. Mesma estratégia adotada por outros alvos como o ex-ministro e candidato a vice-presidente pelo PL em 2022, Walter Braga Netto, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional general Augusto Heleno, o ex-comandante da Marinha Almir Garnier e o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira.
Foram intimados 24 pessoas para depor simultaneamente, nesta quinta (22). Do total, 14 em Brasília. Todos foram alvos da Operação Tempus Veritatis.
Para os advogados do ex-presidente, ele é alvo de uma "investigação semissecreta" e por isso manteve o direito de se manter em silêncio. Eles afirmaram que o ex-presidente nunca apoiou tentativa de golpe.