Polícia faz ação contra quadrilha suspeita de sequestros na Região Metropolitana de Porto Alegre
Motoboy e empresário foram vítimas dos criminosos; cinco pessoas foram presas pelos agentes

Guilherme Rockett
A Polícia Civil do Rio Grande do Sul cumpriu 22 ordens judiciais nas cidades de Sapucaia do Sul, Esteio e Torres para desarticular uma organização criminosa especializada em sequestros e extorsões. Foram cumpridos cinco mandados de prisão – três preventivos e dois temporários –, além de 18 mandados de busca e apreensão.
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A investigação, conduzida pela 1ª Delegacia de Polícia de Repressão a Roubos do DEIC, revelou a atuação de um grupo violento e estruturado, responsável por sequestros na região metropolitana de Porto Alegre. A maioria das vítimas mora em Canoas.

O primeiro caso investigado ocorreu em 7 de março, quando um motoboy de 32 anos foi sequestrado em Sapucaia do Sul. Ele foi mantido acorrentado sob ameaça de armas e sofreu agressões enquanto os criminosos exigiam resgate entre R$ 30 mil e R$ 50 mil. Após o pagamento parcial de R$ 2 mil, foi libertado. A motocicleta da vítima foi anunciada em plataformas online.
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Outro sequestro, em 2 de abril, fez um colombiano refém, atraído sob falso pretexto de empréstimo. Ele foi levado para uma área de mata em Esteio, onde sofreu tortura física e psicológica. A quadrilha exigiu R$ 20 mil, mas conseguiu extorquir R$ 5 mil via Pix.
No caso mais grave, registrado em 28 de abril, um empresário, a esposa e a filha de 13 anos foram sequestrados em Canoas. A família foi levada para o mesmo cativeiro dos crimes anteriores. Os criminosos exigiram R$ 500 mil e conseguiram extorquir R$ 200 mil antes da liberação das vítimas.
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A investigação mostrou que o grupo tem uma divisão de funções. Parte se ocupa das abordagens armadas, parte da vigilância dos cativeiros e outros na negociação dos resgates. Entre os alvos da operação estão três suspeitos já identificados e um foragido desde outubro de 2024. Um dos presos em flagrante foi reconhecido por uma das vítimas como responsável por empunhar uma espingarda calibre 12.
A Polícia Civil destacou que, apesar de algumas vítimas atuarem informalmente ou à margem da legalidade, não tolerará a ação de grupos criminosos e seguirá atuando para garantir a segurança da população.