Policiais da Rota vão a júri acusados de executar suspeitos em SP
14 agentes teriam forjado cena do crime após assassinato de dupla em agosto de 2015
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) decidiu que 14 policiais da Rota, a tropa de elite da Polícia Militar paulista, serão levados a júri popular.
Eles são acusados de executar a tiros dois suspeitos na zona norte da capital e forjar o crime. O caso ocorreu em agosto de 2015 e a defesa dos agentes alega inocência e legítima defesa. Os PMs respondem por homicídio doloso, quando há intenção de matar e fraude processual.
Hebert Lúcio Rodrigues Pessoa e Weberson dos Santos Oliveira foram baleados e mortos. Segundo a denúncia, Hebert foi abordado pela Rota em Guarulhos e levado a Pirituba, bairro da zona norte. Lá, foi executado pelos agentes. Weberson também foi morto pelos PMs no mesmo local.
Os dois foram baleados com 16 tiros e tinham antecedentes criminais. De acordo com a denúncia, os PMs, após a execução, teriam colocado armas nas mãos das vítimas, alegando troca de tiros.
Defesa alega "legítima defesa"
Os réus respondem ao processo em liberdade e o advogado que defende os policiais, Mauro Ribas, recorreu da sentença, afirmando que dos 14 agentes, 10 não dispararam e os outros agiram em legítima defesa.
Ainda de acordo com o defensor, os PMs foram absolvidos do processo administrativo, já que foi entendido que eles não cometeram crimes, mas “transgressões leves relativas a procedimentos de registro”. A defesa ainda disse que “as vítimas eram criminosos e estavam na prática delitiva no dia dos fatos”. A data do julgamento ainda não foi marcada.