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Polícia do RJ prende 'Mentor de Barricadas' e mais 14 em operação contra ferros-velhos de facção

Nova fase da Operação Contenção mira o núcleo financeiro do Comando Vermelho e bloqueou R$ 217 milhões em bens

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"Mentor de Barricadas" foi preso em condomínio de luxo do Recreio, no Rio | Reprodução
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A Polícia Civil e a Polícia Militar do Rio de Janeiro prenderam, nesta terça-feira (18), 15 suspeitos – entre eles o criminoso conhecido como "Mentor de Barricadas" – durante uma nova fase da Operação Contenção, voltada a desarticular a estrutura financeira do Comando Vermelho. A ação também determinou o bloqueio de R$ 217 milhões e a interdição de oito ferros-velhos usados para lavar dinheiro da facção e escoar cobre furtado.

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A ação contra a expansão territorial da organização criminosa cumpre mandados de prisão e de busca e apreensão no Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Participam da operação equipes da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), Core, Bope e unidades do DGPE.

Apontado como um dos principais articuladores logísticos do Comando Vermelho, Cosme Rogério Ferreira Dias, o "Mentor de Barricadas", se apresentava como empresário do setor de reciclagem, mas, segundo a investigação, atuava como líder do braço financeiro da facção. Detido em um condomínio de luxo no Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste do Rio, ele é acusado de:

  • lavar dinheiro obtido com a receptação e venda ilegal de cobre e metais furtados;
  • financiar e fornecer materiais para a construção e reconstrução de barricadas;
  • integrar o fluxo logístico entre ferros-velhos e o tráfico;
  • custear vigilância armada e manutenção de pontos de venda de drogas.
🔎 As barricadas, erguidas para impedir a entrada da polícia e restringir a circulação de moradores, são consideradas peças centrais da estratégia de controle territorial da facção em áreas da Zona Norte, Baixada Fluminense e Região Metropolitana.

Ferros-velhos serviam como núcleo de lavagem de dinheiro

Segundo a DRF, os ferros-velhos investigados funcionavam como centrais de lavagem de capitais, movimentando recursos muito acima da capacidade declarada. As análises financeiras identificaram mais de R$ 217 milhões em transações ilícitas relacionadas ao grupo.

A Justiça determinou o bloqueio integral de contas e ativos ligados à facção, sequestro de imóveis de luxo no Recreio dos Bandeirantes e veículos de alto padrão usados para blindagem patrimonial, a interdição imediata de oito ferros-velhos e o afastamento compulsório de sócios e administradores.

O secretário de Polícia Civil, delegado Felipe Curi, afirmou que a nova etapa da operação "atinge a espinha estrutural e econômica do Comando Vermelho", ao comprometer o fluxo financeiro que sustenta a expansão territorial da facção. O governador Cláudio Castro (PL) destacou que o objetivo é atingir o crime organizado "no bolso".

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