Polícia Civil diz que influencers são “ponta do iceberg” em esquema para tráfico internacional
Três influenciadoras suspeitas de participar da organização criminosas foram presas no Distrito Federal
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga um suposto esquema para o tráfico internacional de drogas, após a prisão de três influencers com óleo de maconha em cigarros eletrônicos (ou vapes), durante operação nesta quarta-feira (24).
Segundo o delegado-chefe da Coordenação de Repressão às Drogas no DF, Rogério Henrique de Oliveira, Rhaynara Didoff, Letícia Susane Correia Castro e Elisa de Araújo Marden utilizavam as redes sociais para impulsionar a propaganda dos dispositivos.
“Aqui no DF foram três prisões preventivas de três influenciadoras digitais. São meninas que se utilizavam dos seus seguidores para poder difundir as substâncias entorpecentes. Elas davam credibilidade à empresa da organização criminosa, dizendo que o produto era de boa qualidade, dizendo que poderiam comprar que a substância ia chegar, e assim elas mantinham a publicidade desse grupo no DF”, explicou o delegado.
Rhaynara, Elisa e Letícia foram presas na manhã desta quarta-feira em regiões do Distrito Federal: no Guará e em Ceilândia.
Batizada como Refil Verde, a operação da Polícia Civil também mirou alvos em outros estados.
No Rio de Janeiro foi preso um profissional de tecnologia suspeito de construir uma das plataformas de comércio eletrônico do grupo.
Já em São Paulo, onde, de acordo com a polícia, estão os líderes do grupo, foram mais três prisões.
“No Rio de Janeiro, o provedor tecnológico, digamos assim, dessa organização criminosa está preso, e na casa dele foram encontrados os refis de óleo de maconha. Em São Paulo, três pessoas foram presas. Entretanto, os líderes da organização criminosa se encontram foragidos”, observou Rogério.
A investigação da PCDF aponta um esquema internacional de logística, organizado para trazer os refis com óleo de maconha da Califórnia, Estados Unidos, e que entrava no Brasil pela fronteira com o Paraguai.
Ainda segundo a polícia:
- A droga, em grande quantidade, era remetida embalada em potes de cera de depilação;
- O material chegava ao Distrito Federal e em outros pontos do país dentro de vidros de cola;
- A investigação durou cerca de um ano;
- Começou ao apreender encomenda destinada a uma das influenciadoras no DF;
- O grupo criminoso movimentava mais de R$ 2 milhões por mês.
O trio responderá pelos crimes de tráfico de drogas e associação ao tráfico. As três foram alvo de mandado de prisão preventiva e devem ser encaminhadas para o presídio feminino no Gama (DF).
A reportagem buscou contato com a defesa das influencers presas.
O advogado que representa Rhaynara e Elisa disse que as duas não fazem parte de um esquema de tráfico de drogas, e que apenas falavam do produto, mas não executavam a venda.
Já a defesa de Letícia Suzane não atendeu às ligações do SBT Brasília, mas a reportagem segue disponível para contato e atualização deste texto.