Pai que obrigava filhas adolescentes a gravar vídeos íntimos para vender é preso no PR
Duas mulheres, incluindo a madrasta das vítimas, já tinham sido detidas na semana passada
SBT News
com informações da Rede Massa
O pai que obrigava suas filhas, de 13 e 16 anos, a produzir vídeos com conteúdos sexuais para vender foi preso, na tarde desta quarta-feira (27), em Rio Branco do Sul, no Paraná. O homem, de 63 anos, estava foragido desde a última quinta-feira (21) e se entregou à polícia. Na semana passada, duas mulheres – incluindo a madrasta das adolescentes – já tinham sido detidas por suspeita de participação no crime.
As investigações tiveram início quando a mãe das meninas procurou as autoridades para denunciar o caso. As vítimas foram contatadas pela internet e inseridas em uma organização que chamavam de "ordem" ou "célula". Elas passaram a ser, então, chantageadas por meio de mensagens e obrigadas a produzir conteúdo pornográfico entre si e com terceiros.
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Segundo o delegado Gabriel Fontana, o grupo impunha uma meta diária de produção de conteúdo. As ameaças se intensificaram com o tempo, utilizando até mesmo um suposto contexto de "seita" para coagir as adolescentes. Os vídeos eram enviados para a célula criminosa e, de acordo com as investigações, mais de 800 arquivos foram produzidos durante um ano.
Os vídeos tinham conteúdo sexual explícito e eram gravados sempre no quarto das meninas, quando a mãe não estava em casa. Os agenciadores chegavam a exigir até 50 arquivos por dia, em horários diferentes, inclusive durante a madrugada. Quando as adolescentes deixaram de enviar os materiais, as ameaças se tornaram ainda mais graves.
Em uma das mensagens, uma pessoa que se apresentava como "Oraculum" avisou que os conteúdos seriam liberados e escreveu: "não adianta pedir clemência". A mensagem teria sido enviada a mando do chefe do esquema, chamado de "Mestre", que também gravava áudios com ameaças às adolescentes.
A mãe das meninas, que trabalha como operadora de caixa em uma loja, só descobriu o que estava acontecendo quando um dos vídeos foi enviado para sua patroa. Na mensagem, a mãe chegou a ser acusada de prostituir as próprias filhas em troca de dinheiro.
Entre os suspeitos que mantinham contato e cobravam os materiais estavam uma mulher, que se identificava como "Kia", um homem chamado "Oraculum" e o "Mestre Venerável" ou "Ancião". Para a polícia, todos seriam pessoas próximas às vítimas, incluindo o pai delas.