Padrasto que espancou enteada de 3 anos é preso no RJ
Linneker Steven Siqueira Ramos Silva estava foragido desde setembro, quando foi indiciado por tortura e tentativa de feminicídio
Camila Stucaluc
A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu, na quinta-feira (2), Linneker Steven Siqueira Ramos Silva, acusado de espancar brutalmente a enteada de três anos, em setembro. A detenção ocorreu na cidade de Petrópolis, onde o acusado estava escondido.
Segundo o delegado Ivanilson Moreira, responsável pelo caso, Linneker chegou a ser procurado nas cidades de Cabo Frio, Casemiro de Abreu, Rio das Ostras, Niterói, Rio de Janeiro e Teresópolis. Ao ver o reforço da movimentação policial, o acusado decidiu, em comum acordo com seus advogados, se entregar à polícia.
“Não houve resistência. Ele se entregou pacificamente e até com a cooperação de advogados e familiares. Mas nada disso seria possível sem a intensificação das buscas que nós realizamos”, disse Moreira.
O caso aconteceu no fim de setembro, quando a enteada de Linneker foi levada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Cachoeiras de Macacu com sinais de violência, como hematomas e olhos roxos. Inicialmente, a mãe e o padrasto alegaram que a menina havia caído da cama, o que não foi confirmado pelos médicos devido aos ferimentos não correspondentes ao suposto acidente.
A menina precisou ser encaminhada para o Hospital Estadual Alberto Torres, em São Gonçalo, devido aos ferimentos, que confirmaram traumatismo craniano. Foi neste momento em que a polícia foi acionada, encontrando provas substanciais de agressão.
As evidências permitiram o indiciamento de Linneker, bem como pedido de prisão preventiva por tortura e tentativa de feminicídio. A mãe da menina também foi indiciada pelos mesmos crimes, mas não teve a prisão decretada. Ela, no entanto, recebeu ordem para se afastar da criança, que atualmente está sob os cuidados da avó paterna.
Filho de secretário municipal
Linneker é filho de Vanderlan Ramos Silva, secretário municipal de Esportes na cidade de Cachoeiras de Macacu. Diante da repercussão do caso, o político emitiu uma nota afirmando que não aceita qualquer forma de violência. Disse, ainda, que sua maior preocupação no momento é a criança, que está recebendo a assistência necessária.
“Quero deixar claro que não aceito nem jamais aceitarei qualquer forma de violência, pois trabalho diariamente com crianças, adolescentes e jovens e sei da importância de protegê-los e garantir sua integridade. Como pai, reconheço a dor deste momento. Contudo, reafirmo que o comportamento de um filho não define o caráter de um pai. Sempre primei pela educação e pelo amor ao próximo”, escreveu.
+ Mãe é presa em flagrante por tortura contra filho em Águas Lindas de Goiás
Vanderlan acrescentou que não tem poder de interferência nas investigações e que, mesmo se tivesse, não o faria. Segundo ele, cabe às autoridades a apuração dos fatos e à Justiça a definição de responsabilidade. “Tenho plena confiança nas instituições de que a verdade prevalecerá e sigo firme no meu compromisso de servir à população com seriedade, responsabilidade e dedicação”, concluiu.
