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Polícia

Onda de assaltos no Rio de Janeiro: um carro roubado a cada sete minutos

Explosão de casos estaria ligada a retaliação do Comando Vermelho contra operações policiais, diz secretário

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O estado do Rio de Janeiro enfrenta uma onda de roubos de veículos: nos últimos quatro dias, 827 carros foram roubados, o que representa uma média de 206 ocorrências diárias. No ano passado, esse número era de 85 casos por dia.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública, o aumento expressivo estaria ligado a uma retaliação do Comando Vermelho às recentes operações policiais que visam coibir esse tipo de crime.

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As vítimas incluem dois advogados que foram abordados ao sair da casa de um deles, em São Gonçalo, e o ex-jogador do Botafogo Márcio Gomes, que teve seu carro levado em Nilópolis, na Baixada Fluminense. Durante o assalto, os criminosos chegaram a levar até sua calça.

"O momento estava ficando tenso porque o alarme do carro disparou. Aí foi quando ele decidiu arrancar minha calça e levar com tudo, com a chave junto", relatou Márcio Gomes.

De acordo com o Sindicato das Seguradoras, apenas 39% dos veículos roubados são recuperados, um índice considerado baixo. A principal justificativa é que muitos carros são levados para comunidades dominadas por facções criminosas, onde a atuação policial é dificultada.

O secretário de Segurança Pública do estado, Victor Santos, afirmou que a escalada da violência é uma represália às operações integradas entre as polícias Civil e Militar.

"É uma retaliação do Comando Vermelho em razão das ações que estamos praticando. Hoje, as polícias estão atuando de forma muito bem coordenada", declarou Santos.

Especialistas divergem sobre a eficácia dessa estratégia. O antropólogo e policial militar reformado Robson Rodrigues defende que as operações precisam de ajustes. "Se essas ações fossem realmente bem-sucedidas, os criminosos não teriam força para reagir dessa maneira", argumentou.

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Além dos assaltos a veículos, a violência na cidade se manifestou em ataques a motoristas. Em um intervalo de apenas 15 horas, a Linha Amarela registrou dois arrastões. Em uma das ocorrências, o motorista Alexsander Araújo Carvalho, de 46 anos, foi baleado ao tentar fugir e morreu. A família suspeita que ele tenha sido reconhecido pelos criminosos por trabalhar no Degase, o Departamento de Ações Socioeducativas para menores infratores.

"Eles queriam assassinar o meu pai. Foram mais de 15 tiros de fuzil, ele foi dilacerado no chão", desabafou Sthefane Nunes, filha da vítima.

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