Namorada de adolescente que matou a família em Itaperuna (RJ) sabia do crime

A namorada do adolescente de 14 anos que matou os pais e o irmão de 3 anos em Itaperuna, no interior do Rio de Janeiro, foi ouvida pela polícia na tarde desta quinta-feira (26), no Mato Grosso. Segundo as autoridades, a jovem de 15 anos confirmou ter mantido conversas com o rapaz durante o final de semana em que ele assassinou a família.

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A adolescente, que chegou à delegacia acompanhada da mãe, foi ouvida por cerca de duas horas. O depoimento, que será enviado à Polícia Civil do Rio de Janeiro, causou espanto entre os investigadores pela frieza da garota. Ela teria tratado os assassinatos como se fossem parte de um "jogo de videogame", segundo policiais.

A jovem revelou que conhecia o adolescente há seis anos. O relacionamento entre eles teria começado em uma página de jogos online. Ainda conforme apurado, ela tinha plena consciência do que estava acontecendo em tempo real, conversando com o garoto durante e após os crimes cometidos na noite de sábado (22).

Frieza e possível cumplicidade

A polícia analisa agora se a adolescente teve algum tipo de participação ou se incentivou, mesmo que indiretamente, os assassinatos. Se comprovada influência ou instigação, ela poderá responder pelo crime, mesmo sendo menor de idade.

O jovem de 14 anos, que teria matado a família após ser impedido de viajar para o Mato Grosso para encontrar com a namorada, foi apreendido em flagrante após confessar o crime. Segundo a polícia, ele matou os pais e o irmão a tiros enquanto dormiam no mesmo quarto. Os corpos foram encontrados em uma cisterna na residência.

Para cometer o crime, o adolescente utilizou o revólver do pai, que era atirador esportivo. A arma estava escondida debaixo do colchão. A polícia informou ainda que encontrou registros no celular do adolescente com pesquisas sobre "como receber FGTS de pessoas falecidas".

Antes da descoberta, o adolescente chegou a inventar uma história para justificar o sumiço dos pais, dizendo que o irmão havia engolido um pedaço de vidro. Na terça-feira (24), ele foi à delegacia acompanhado da avó paterna para relatar o desaparecimento da família. Segundo o jovem, Inaila Teixeira, de 37 anos, e Antônio Carlos Teixeira, de 45 anos, teriam levado o bebê ao médico, mas não retornaram para casa e nem atenderam ligações. A versão não convenceu os policiais.

A polícia realizou buscas na residência e localizou vestígios de sangue no colchão, roupas sujas, sinais de queimadura e uma mala com dois celulares. Um forte odor vinha do reservatório de água da residência, onde os corpos foram localizados. Levado de volta à delegacia, o adolescente confessou o crime aos investigadores.