Latrocínio, homicídio, furto: saiba que é um dos presos envolvidos em ação que deixou vice-cônsul da Colômbia ferida
Exclusivo: Bruno Narbutis Borin, de 19 anos, é acusado de matar um homem a menos de 5 quilômetros de onde a consulesa foi baleada

Derick Toda
Latrocínio, homicídio e furto. Um dos presos na ação que acabou com a vice-cônsul da Colômbia baleada em São Paulo, nesta sexta-feira (14), é Bruno Narbutis Borin, de 19 anos. Ele e outro comparsa foram detidos após uma tentativa de assalto e perseguição policial.
Claudia Ortiz Vaca caminhava pela calçada na avenida Nove de Julho, no Jardins, região nobre da zona oeste de São Paulo, e foi atingida por um disparo a cerca de 2 quilômetros do local de seu trabalho – Consulado General de Colômbia, localizado na mesma avenida.
A Polícia Militar havia informado, anteriormente, que a consulesa tinha sido atingida em uma troca de tiros após ter sido abordada por criminosos em um taxi. Mais tarde, no entanto, o SBT News teve acesso às imagens do momento em que ela é atingida. É possível vê-la caminhando pela calçada quando um policial, que estava de folga, atira contra suspeitos em fuga. Claudia Ortiz Vaca aparece na linha de tiro e cai no chão, ferida na barriga.
Apontado pela polícia como um dos suspeitos, Bruno Narbutis Borin foi preso logo após a ação. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), Bruno agiu com um comparsa que, mais tarde, também foi preso. Um terceiro suspeito ainda está sendo procurado. A investigação está em andamento.
Arrastado e atropelado

Jonatas Monteiro de Oliveira Silva (foto acima), de 28 anos, saía de uma festa com amigos e chamou uma corrida por aplicativo para voltar para casa, no dia 3 de julho de 2023. Bruno Narbutis, quando tinha 17 anos, conduzia o carro emprestado de sua mãe – sem CNH – e avistou o homem com o celular na mão.
Câmeras de segurança registraram a cena. Bruno, sentado no banco do motorista, foi flagrado tentando tomar o celular de Jonatas, que reagiu e tentou pular para dentro do carro.
+ Laudo, mensagens e prisão de suspeito: o que se sabe sobre o Caso Vitória
De acordo com o processo judicial que o SBT News teve acesso, Bruno arrancou com o veículo, acelerou o carro, fez zigue-zague e freou bruscamente. Jonatas foi arremessado contra carros que estavam estacionados após ser arrastado por cerca de 100 metros. Ele morreu com a colisão no local.
O crime ocorreu na rua Conselheiro Ramalho, no bairro Bela Vista, a menos de cinco quilômetros de onde a vice-cônsul da Colômbia foi baleada.

"Equiparado a latrocínio"
O relatório final da investigação policial, conduzido pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), foi encaminhado ao Ministério Público de São Paulo (MPSP).
O promotor João Carlos Calsavara considerou que o caso é "equiparado a tentativa de latrocínio", apesar de ter sido tramitado como homicídio. Ele destacou que, após o roubo do celular e a morte de Jonatas, Bruno Narbutis ainda fez transações bancárias com o aparelho da vítima.
Calsavara concordou com a autoridade policial pela internação provisória de Bruno, que foi encaminhado para a Vara Especial da Infância e Juventude, e pediu o arquivamento do caso por considerar que o adolescente era incapaz de ser responsável por suas ações. A Justiça arquivou o processo em setembro de 2023.
"A autoridade policial representou pela internação provisória do menor. Portanto, ante a ausência de culpabilidade do autor do fato, por sua inimputabilidade absoluta, estando em trâmite na Vara da Infância e da Juventude os autos em apuração de sua conduta, promovo o arquivamento destes autos, com as cautelas de praxe", declarou Calsavara.
Bruno Narbutis Borin ainda responde judicialmente por um caso de latrocínio e furto, que estão em segredo de justiça. O SBT entrou em contato com Casemiro Narbutis Filho, advogado que defende Bruno, e aguarda o posicionamento.