Jovem concretada em MG pode ter sido abusada após a morte, diz delegado
Clara Maria Venâncio Rodrigues, de 21 anos, foi morta por ex-colega de trabalho que tinha dívida de R$ 400 com ela
Emanuelle Menezes
com informações do Estado de Minas
A jovem Clara Maria Venâncio Rodrigues, de 21 anos, achada concretada na quarta-feira (12) em uma casa, em Belo Horizonte, pode ter sido abusada após a morte. Dois homens foram presos e confessaram participação no crime.
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De acordo com o delegado Alexandre Oliveira da Fonseca, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), antes do corpo de Clara ser enterrado, ela ficou exposta nua, na sala da casa de Thiago Schafer Sampaio, de 27 anos, até a tarde do dia seguinte.
"[Thiago] Deu um golpe de mata-leão nela e a asfixiou dentro do imóvel. Ela ficou nesse imóvel, nua, na madrugada de domingo para segunda. Só no final da tarde que ela foi enterrada em um canto da casa", afirmou Fonseca.
A polícia investiga se a jovem foi vítima de necrofilia (violação do cadáver como objeto sexual). Isso porque uma testemunha relatou que o segundo suspeito detido, Lucas Rodrigues Pimentel, de 29 anos, já teria confessado a vontade de praticar o ato.
O depoimento de um deles também gerou suspeitas nos investigadores. "Um dos autores praticou o que a gente chama, na psicologia, de 'ato falho'. Ele disse que eles não tocaram no corpo dela e não bateram foto. A análise disso é justamente o contrário. É o subconsciente dele falando pelo consciente, que eles tocaram e vilipendiaram o corpo dela", disse o delegado.
Clara Maria desapareceu no último domingo (9) e foi encontrada morta três dias depois. O corpo da jovem estava debaixo de terra e entulho, além de uma camada de concreto que não estava completamente seca.
O dono da casa, Thiago Schafer Sampaio, trabalhou com Clara em uma padaria da capital mineira. Ele atraiu a jovem até o local dizendo que pagaria uma dívida de R$ 400 que tinha com ela. Lucas Pimentel teria auxiliado na ocultação do corpo.

Apologia ao nazismo e ciúme
Thiago deu versões contraditórias para a motivação do crime, segundo os delegados. Em um primeiro momento, ele afirmou que queria tirar dinheiro da conta bancária de Clara Maria. Depois, disse aos policiais que ficou com ciúmes ao ver a jovem em um bar, com o namorado, dias antes do crime.
De acordo com o delegado Alexandre Fonseca, Thiago já tinha tentado manter um relacionamento com Clara Maria, mas não havia sido correspondido.
Lucas é amigo de Thiago e trabalhava na mesma avenida que a jovem. Ele disse aos policiais que nutria ódio pela jovem depois que foi repreendido por ela em público ao fazer apologia ao nazismo. Após isso, ele teria afirmado a amigos que queria ver Clara Maria morta.