Italiano preso em SC pela PF é acusado de integrar rota do tráfico para a Europa via Marrocos
Marco Cadeddu, da Sardenha, era procurado por enviar drogas à Itália e Espanha; luxo no Brasil escondia lavagem de dinheiro, diz polícia
A pulseira de ouro maciço com as insígnias foi um dos bens como joias, relógios de luxo, carrões e mansões que a Polícia Federal (PF) apreendeu em Camboriú (SC), no dia 26 de junho.
+ PF prende chinês que embarcava para Hong Kong com 6 kg de ouro sem autorização em Guarulhos (SP)
Marco Cadeddu, de 43 anos, que morava no Brasil, era foragido da Justiça da Itália, por crimes de tráfico internacional de drogas. Foi preso na Operação Toppare, da PF, suspeito de lavagem de dinheiro do tráfico.
A ação foi fruto de cooperação internacional e contou com a Interpol. Cadeddu é de Cagliari, na Sardenha, ilha italiana no Mar Mediterrâneo. Foi preso em 2013, com 110 quilos de droga. Em 2015 e 2016, ele e seu grupo foram alvos na Itália de duas operações da polícia local, os carabinieri. O grupo traficava drogas, em especial haxixe, do Marrocos, na África, para Espanha e Itália.
Luxo do tráfico
Cadeddu vivia em uma mansão em Camboriú (SC), ao lado da badalada "praia dois famosos", Balneário Camboriú (SC). Houve buscas da PF nas duas cidades e em Itajaí (SC), onde fica o porto.
+ Cocaína em jatos, carrões e festas ostentação: o esquema de tráfico de R$ 5,5 bi alvo da PF
Ele tinha vida de luxo, surfava, postava nas redes sociais. As apurações da PF apontaram que a ostentação do italiano era bancada com dinheiro do tráfico de drogas para a Europa.
Mais de R$ 35 milhões em bens do acusado foram alvos de sequestro e buscas e apreensões na Toppare. Na mansão onde morava ao lado da "praia dos famosos", a PF localizou um fundo falso no chão onde estavam pacotes de dinheiro vivo.
Vídeo da PF mostra mansão, carrões e joias
O italiano estava na lista de procurados da Interpol. O Supremo Tribunal Federal (STF) vai analisar o pedido de extradição para a Itália.
+ Exército proíbe funcionamento de loja onde foram furtadas 100 armas em Brasília
"Em razão do mercado propício que há na região, criminosos aproveitam e vêm fazer a lavagem do dinheiro aqui, o branqueamento dos bens adquiridos com os crimes. No último ano, estamos focando no combate a essa prática", disse a superintendente da PF em Santa Catarina, delegada Aletea Vega Marona Kunde.
No Brasil, também deve responder pelos crimes. A reportagem não localizou a defesa de Marco Cadeddu. O espaço está aberto para manifestação.