Homem é preso como principal suspeito pela morte da companheira
Corpo da vítima foi encontrado dentro de casa com sinais de tortura; família diz que agressões eram frequentes
Caio Álex
Um homem foi preso como principal suspeito pela morte da esposa de 39 anos, na última segunda-feira (22), em Nova Friburgo, região serrana do Rio de Janeiro. O corpo foi encontrado dentro da casa em que o casal vivia há 4 meses e tinha sinais de tortura. Segundo a família da vítima, a mulher sofria constantes agressões do marido.
A analista de controle externo, Karen Mancini, trabalhava no Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro e vivia uma relação conturbada com o companheiro, Clodoaldo Queiroz De Oliveira, há algum tempo. O relato das agressões eram frequentes.
Segundo a irmã da vítima, Caroline Mancini, Karen já havia enviado inúmeras imagens com o olho roxo e outras marcas da violência que sofria em casa. "Ele era uma pessoa extremamente violenta, principalmente quando ele usava cocaína e misturava com álcool” conta Caroline.
No ano passado, a vítima chegou a procurar uma delegacia da Ilha do Governador por conta das violências. Uma medida protetiva foi solicitada contra o homem.
Karen também alertou a família do agressor. Em uma mensagem de áudio enviada à mãe de Clodoaldo, a mulher diz que foi agredida e que avisou a família "de boa". "Vocês estão me agredindo e passando a mão na cabeça de um monstro, monstro!", lamentou.
Autor da violência afirmou que sofreu acidente de carro
O homem de 41 anos foi conduzido por policiais militares para a delegacia de Nova Friburgo e, em depoimento, relatou que havia sofrido um acidente de carro na sexta à noite, após sair de casa para fazer compras.
De acordo com Clodoaldo, ele foi socorrido e levado para o hospital e que só retornou para casa no sábado, de manhã, encontrado a vítima já sem vida. Após o depoimento, foi liberado.
O laudo do Instituto Médico Legal aponta que a causa da morte de Karen foi traumatismo craniano encefálico em consequência de ação contundente, o que significa que ela levou pancadas fatais na cabeça.
Depois da divulgação do laudo, a Justiça expediu o mandado de prisão contra Clodoaldo. A decisão diz que o suspeito tenta se colocar para fora da cena do crime, mas que o laudo médico traz conclusões que a vítima sofreu tortura antes de ser morta e que ele estaria inventando os fatos.