'Golpe do amor': polícia desmantela quadrilha e prende seis suspeitos na Grande SP
Investigação aponta que grupo atraía vítimas por aplicativos de relacionamento e realizava sequestros e extorsões
Rodrigo Garavini
Abraão Ramos
Fernanda Trigueiro
Marcelo Bittencourt
Uma operação policial realizada nesta terça-feira (25) prendeu seis suspeitos de integrar uma quadrilha especializada no chamado "golpe do amor", esquema criminoso que atraía vítimas por aplicativos de relacionamento e as extorquia.
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A ação ocorreu em Itaquaquecetuba e Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo.
As investigações começaram após um auxiliar de almoxarifado de 51 anos ser sequestrado em janeiro deste ano. Ele foi enganado por Rafaely Ferreira Gomide, de 24 anos, que usava sua foto no aplicativo para atrair vítimas.
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Após um encontro, Rafaely e uma amiga convidaram o homem para um passeio. Durante o trajeto, ele foi sequestrado por comparsas da quadrilha e mantido em cativeiro por 24 horas.
Denúncia e prisão dos suspeitos
A operação policial teve início às 6h da manhã, com equipes mobilizadas para prender os investigados. Em um dos endereços em Itaquaquecetuba, os agentes não encontraram Vanusa da Silva Viana, de 45 anos. No entanto, a poucos metros dali, a polícia conseguiu localizar e prender Genilda Lopes de Souza, de 31 anos.
No caminho para a delegacia, Genilda revelou aos policiais que Vanusa morava em outro endereço. As viaturas retornaram e encontraram a suspeita dormindo. Ao ser abordada, ela negou envolvimento no crime. "Eu não sou ladrona", disse em meio à tensão da prisão.
Além delas, foram detidos:
- Aparecida Felisolino de Brito, 31 anos (cadeirante);
- Beatriz Silvério dos Anjos, 23 anos (grávida de oito meses);
- Patrícia Silvério, 38 anos;
- Flávio Antônio de Souza, 28 anos;
Outro alvo da operação, Tiago da Silva Plácido, de 22 anos, já estava preso por tráfico de drogas. Segundo a polícia, a casa dele, em Mogi das Cruzes, era usada como cativeiro para as vítimas.
Extorsão e ameaças
Os criminosos não apenas roubaram o dinheiro da vítima sequestrada, mas também a forçaram a gravar um vídeo dizendo que havia feito sexo com uma menor de 14 anos. A quadrilha ameaçou divulgar as imagens caso ele denunciasse o crime à polícia.
Os suspeitos usavam suas próprias contas bancárias para receber as transferências das vítimas. Rafaely, apontada como a principal isca do golpe, também foi alvo da operação, mas não foi encontrada. De acordo com os investigadores, ela já responde pelo mesmo crime em Guarulhos, mas cumpre pena em liberdade.
A polícia segue investigando o caso e busca localizar outros envolvidos na organização criminosa.