Publicidade
Polícia

Exclusivo: Polícia investiga um latrocínio a cada 29 horas em SP; 2 em cada 10 ficam sem respostas

Levantamento foi realizado via Lei de Acesso à Informação; em seis anos, 1.796 inquéritos de latrocínio foram instaurados

Publicidade

As imagens mostram dois assaltantes chegando em uma moto. Antes que o ciclista Vitor Medrado percebesse que estava sendo roubado, ele é assassinado com um tiro à queima-roupa. O crime ocorreu em plena luz do dia, ao lado do parque do povo, área nobre da zona oeste de são paulo, em fevereiro deste ano.

Na mesma região, o arquiteto Jefferson Dias flagrou um homem assaltando os celulares de duas jovens. Ele decidiu acelerar e atropelou o criminoso em uma moto. No entanto, o ladrão levantou, sacou uma arma e disparou contra o arquiteto, em abril.

+ Exclusivo: SBT tem acesso às imagens de câmeras corporais de PMs de SP acusados de estupro

Já no capão redondo, zona sul da capital paulista, o jovem Levi, de 18 anos, chegava em casa depois de um dia de serviço em sua primeira semana de trabalho. Um homem em uma moto anunciou o assalto, exigiu que a vítima entregasse o celular e o tênis. No momento em que Levi tirou o sapato, o criminoso atira na cabeça dele.

Todos foram vítimas do latrocínio, crime hediondo que é o roubo seguido de morte. Um levantamento do SBT via Lei de Acesso à Informação aponta que, entre 2019 a 2024, a Polícia Civil abriu uma investigação a cada 29 horas no estado de São Paulo.

A cada dez inquéritos policiais, dois ficam sem respostas. Ou seja, não são nem encaminhados ao Ministério Público de São Paulo. Em seis anos, 1.796 inquéritos de latrocínio foram instaurados. Destes, 345 não chegaram a ser concluídos.

Secretaria de Segurança Pública divulga números diferentes

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo divulga a quantidade de boletins de ocorrência registrados pelo crime de latrocínio, e não as investigações abertas. Em seis anos, foram 1044 boletins. Em comparação, a quantidade de casos investigados foi 72% maior que o número de registros.

+ Quadrilha do Ozempic: bandidos são presos após assalto a farmácia

Roberto Alves, coronel da Polícia Militar, especialista em segurança pública, explica que o enquadramento da ocorrência pode mudar com a investigação policial. Além disso, ele afirma que a autoridade está sujeita a punição em inquéritos sem respostas.

"A ocorrência pode aparentar ter uma característica de homicídio e, durante a investigação, tem que ser requalificado, reclassificado como latrocínio, que é uma pena mais pesada em relação ao homicídio. Tudo isso acontece durante a investigação", diz.
"O inquérito não pode desaparecer. Se o inquérito desaparecer, a autoridade responsável é punida, ela tem que responder. Existe um crime, que é o crime de ação pública", completa.

Em março deste ano, o agente de trânsito José Domingos da Silva foi assassinado em Taboão da Serra, na Grande São Paulo. Uma câmera acoplada nele gravou o momento em que o agente foi morto por um criminoso a tiros.

+ Mulher é morta ao ser atacada pelo próprio pitbull em Goiás

O boletim de ocorrência inicial foi registrado como homicídio e depois a investigação entendeu o crime como latrocínio.

Acusado de matar agente CET é preso em Taboão da Serra
Acusado de matar agente CET é preso em Taboão da Serra
"O homicídio você quer matar alguém, então você responde por aquele fato. Agora o latrocínio você não quer, você quer o objeto. Por que tirar a vida de alguém que a a ideia original do criminoso é é o patrimônio dessa pessoa? É um crime aviltante porque não havia necessidade, você não precisava matar. É um crime que realmente choca mais", afirma coronel Roberto Silva.

Publicidade
Publicidade

Últimas Notícias

Publicidade