Delegada de São Paulo é afastada por suspeita em esquema milionário de tráfico de drogas
Maria Cecília Castro Dias, do 77º Distrito Policial, é delegada especial de primeira classe, segundo cargo mais importante como chefe de investigação
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Derick Toda
Kaê Carneiro
Alan Covas
A delegada Maria Cecília Castro Dias, do 77º Distrito Policial de São Paulo, em Santa Cecília, foi afastada pela Justiça após uma denúncia de corrupção. Ela, outros dois policiais civis, que também foram suspensos, e um quarto, que está sendo investigado, são suspeitos de desvio e tráfico de drogas.
Maria é delegada especial de primeira classe, uma categoria abaixo da classe especial, hierarquia máxima como chefe de investigação. Ela recebe, mensalmente, R$ 30.232,08, de acordo com o Portal da Transparência.
Como funcionava o esquema
![Fronteira do Mato Grosso do Sul | Arte/SBT](https://sbt-news-assets-prod.s3.sa-east-1.amazonaws.com/corrupcao_policiais_mapa_b2f5800181.jpg)
Segundo a investigação da Corregedoria da Polícia Civil, à qual o SBT News teve acesso, o esquema movimentou mais de R$ 123 milhões, entre 2017 e 2022. A análise econômica foi realizada pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
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O esquema contava com uma rede de mais de 40 informantes, os chamados "gansos", que alertavam sobre carregamentos de drogas que chegavam de outros estados, especialmente do Mato Grosso Sul, porta de entrada da cocaína oriunda do Paraguai e da Bolívia.
As autoridades mandavam pessoas de confiança, disfarçados de policiais civis, que realizavam as falsas apreensões. Em seguida, o entorpecente puro era levado para galpões, trocado e adulterado por substâncias como talco e gesso. Esses entorpecentes eram, então, levados para diferentes delegacias.
![Esquema enviava droga misturada para delegacias | Reprodução/SBT](https://sbt-news-assets-prod.s3.sa-east-1.amazonaws.com/corrupcao_policiais_c71a53167b.jpg)
Peritos do Instituto de Criminalística envolvidos no esquema emitiam laudos falsos atestando a pureza da falsa cocaína, permitindo que os envolvidos ficassem com a droga pura, evitando suspeitas. As drogas eram revendidas em seguida por um alto valor.
Em nota, a Secretaria de Segurança de São Paulo se manifestou sobre as suspeitas. "A Polícia Civil não compactua com desvios de conduta e pune exemplarmente aqueles que infringem a lei e desobedecem aos protocolos da instituição", afirmou.