Criminosos invadem UPA de Costa Barros (RJ) e confundem pacientes com rivais
Vítimas levadas pelos traficantes foram liberadas pouco tempo depois; vídeos que circulam nas redes sociais mostram o desespero de pacientes e funcionários

Emanuelle Menezes
com SBT Rio
Criminosos armados invadiram a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Costa Barros, na zona Norte do Rio de Janeiro, durante a madrugada desta terça-feira (30). Segundo as primeiras informações, eles estavam em busca de rivais baleados, mas acabaram confundindo dois pacientes.
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O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, afirmou nas redes sociais que 11 pacientes estavam internados na unidade na hora da invasão. "Todos ficaram em pânico diante da violência", disse.
A Rio Saúde, que coordena a UPA de Costa Barros, confirmou que os criminosos chegaram no local por volta das 5h45, atrás de baleados de uma facção rival que deram entrada na unidade meia hora antes.
"Depois de ameaçarem a equipe, levaram dois pacientes, um que se encontrava na sala de medicação e outro na Sala Vermelha", disse a entidade.
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o desespero de pacientes e funcionários da unidade de saúde. Em um deles, é possível ouvir um criminoso perguntando para um paciente: "Qual foi, tu foi baleado como?". O paciente responde: "Não fui baleado não, eu sou trabalhador, cara. Eu tô passando mal".
Em outra gravação, é possível ouvir uma funcionária da UPA dizer: "Não tem baleado aqui não, amigo. Respeita os profissionais, por favor! Eu trabalho aqui há quase 10 anos".
As vítimas levadas pelos traficantes foram liberadas pouco tempo depois. A principal suspeita é de que os pacientes tenham sido confundidos pelos criminosos.
Ainda de acordo com Soranz, os pacientes internados na UPA estão sendo transferidos para o Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, em Acari. Segundo o secretário, a polícia não havia chegado à unidade até 13h50 desta terça.
Invasão de hospital
Há duas semanas, oito criminosos armados invadiram o Hospital Municipal Pedro II, em Santa Cruz, na zona Oeste do Rio de Janeiro, em busca de um rival que estava internado. Com fuzis, os bandidos renderam seguranças e seguiram até o centro cirúrgico, mas ele não foi encontrado.
O suposto mandante da invasão, Erlan Oliveira de Araújo, foi encontrado morto um dia depois. A suspeita é de que a morte tenha sido em retaliação pela repercussão do caso. O secretário de Polícia Civil, delegado Felipe Curi, afirmou que o homem foi executado pela milícia em uma "tentativa de evitar um confronto com a polícia".