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Criminalidade afeta quase metade dos restaurantes no Brasil e encarece o preço dos pratos

Pesquisa revela que 41% dos estabelecimentos já sofreram com furtos ou assaltos; empresários investem em segurança e o custo vai para o consumidor final

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O restaurante da Juliana Gouveia, em São Paulo, é ponto tradicional há quase quatro décadas. Mas, nos últimos meses, a comerciante viu os prejuízos aumentarem por causa da insegurança. Foram cinco furtos — dois só em 2025.

“Levaram fios de cobre, equipamentos, estragaram o que construí com muito esforço. Só em material elétrico, foram mais de R$ 15 mil”, conta a empresária.

Na semana passada, outro caso assustou funcionários e clientes de um restaurante chinês na zona sul da capital. Dois homens armados invadiram o local, renderam todos e levaram dinheiro, celulares e até marmitas que seriam entregues.

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Restaurantes sofreram com crimes

De acordo com uma pesquisa da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), 41% dos estabelecimentos no país já foram vítimas de crimes como roubos ou furtos.

“O impacto disso é enorme. Além da sensação de insegurança, há o prejuízo direto num setor que já opera com margens apertadas”, afirma Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel.

A insegurança também preocupa os clientes. “Eu fico sempre alerta. Evito até tirar o celular da bolsa”, relata Ana Keila Cruz Lima, assistente jurídico.

“Celular só no bolso. Não dá pra dar bobeira”, reforça Felipe de Oliveira, vendedor.

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Delivery

A sensação de medo faz com que muitos estabelecimentos encerrem o atendimento mais cedo ou vejam a clientela preferir o delivery. E, para reforçar a proteção, 9 em cada 10 donos de bares e restaurantes dizem ter investido em medidas de segurança — como câmeras, monitoramento remoto e alarmes.

Juliana decidiu não correr mais riscos. “Instalei três sistemas diferentes de segurança. Só assim pra conseguir dormir tranquila”, diz. “Mas cada vez que somos invadidos, é como se violassem o nosso lar”.

Segundo a Abrasel, esses investimentos acabam elevando os custos da operação — e quem sente no bolso é o consumidor final. “O risco da criminalidade virou parte do preço que se paga para comer fora de casa”, conclui Solmucci.

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