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Polícia

Caso Vitória: Justiça nega prisão de ex-namorado suspeito

Rapaz se apresentou à polícia para explicar as inconsistências no depoimento prestado anteriormente

Imagem da noticia Caso Vitória: Justiça nega prisão de ex-namorado suspeito
Vitória ficou desaparecida por uma semana e foi encontrada morta nesta quarta-feira (5) | Reprodução/Redes sociais
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O ex-namorado da jovem Vitória Regina de Sousa, encontrada morta na Grande São Paulo após nove dias desaparecida, teve a prisão negada pela Justiça nesta quinta-feira (6). O jovem deixou a delegacia em viatura descaracterizada, de cabeça baixa, e não falou com a imprensa.

O pedido de prisão preventiva de Gustavo Vinicius Moraes foi feito em função de inconsistências no depoimento prestado anteriormente. Segundo as investigações, o ex-namorado afirmou que estava com outra moça no momento do crime. No entanto, em depoimento à polícia, a mulher usada como álibi afirmou que esteve com o rapaz por volta das 3h30. Vitória sumiu bem antes deste horário, por volta da 0h daquela madrugada.

O delegado delegado responsável pelo caso, Aldo Galiano, apontou inconsistências no depoimento de Gustavo em relação ao horário do desaparecimento de Vitória, que estaria "completamente contrário" ao que afirmaram outras 13 pessoas ouvidas no caso.

"Ele disse que estava com uma garota de 17 anos, num relacionamento fora. A menina se apresentou, mas temos uma prova contundente de que ele estava perto do cenário do crime. Temos informações de que por volta de 0h35 ele estava perto do local do crime", disse Galiano. "Com certeza essa pessoa alguma coisa sabia", acrescentou.

De acordo com o advogado da família de Vitória, Fabio Costa, a vítima chegou a enviar uma mensagem pedindo para o ex-companheiro buscá-la no ponto de ônibus porque estava com medo.

O que a polícia divulgou até agora

Segundo o delegado Aldo Galiano, há diversos elementos conectados que indicam um crime meticulosamente planejado. A polícia trabalha com a hipótese de que o assassinato pode ter sido motivado por vingança, mas ainda não divulgou detalhes sobre as possíveis causas.

Uma outra linha de investigação apura se a raspagem do cabelo de Vitória foi uma tentativa de encobrir a real motivação do assassinato, já que sugere uma ação de facção criminosa, ou um ato para constrangê-la. As autoridades também defendem que os suspeitos conheciam bem a região, uma vez que conseguiram driblar fiscalizações e evitar câmeras de monitoramento ao longo do trajeto.

A vítima apresentava graves ferimentos na cabeça, além de um corte profundo no pescoço, quase uma decapitação. Mas, de acordo com as investigações preliminares, não há indícios que o crime tenha sido cometido no local onde o corpo foi encontrado - o que sugere que a jovem poderia ter sido mantida em cativeiro.

O caso ainda aguarda resultados de laudos periciais do Instituto Médico Legal (IML) que darão mais detalhes sobre a dinâmica do crime.

No total, 14 pessoas foram ouvidas e oito estão sendo formalmente investigadas. Entre elas, estão o ex-namorado, o atual companheiro da vítima, dois homens que estavam no ônibus e outros dois que haviam mexido com a vítima na rua. O vizinho de Vitória foi incluído na investigação. Além de desaparecer no dia do crime, ele é o dono do Corolla prata em que estava com o Gustavo Vinícius Moraes, e onde foram encontrados fios de cabelo que seriam supostamente de Vitória.

A análise de dados de telefonia revelou ainda que o ex-namorado da vítima, estava na região no momento estimado do assassinato.

Galiano afirmou que os elementos reunidos até agora são suficientes para solucionar o caso e que a polícia trabalha para estabelecer conexões entre os investigados a fim de identificar o autor ou autores do homicídio.

Relembre o início do caso

Moradora de Cajamar, na Grande São Paulo, Vitória voltava do trabalho quando avisou uma amiga por mensagem que estava sendo perseguida por dois homens durante o trajeto para casa, no dia 26 de fevereiro.

O carro em que os rapazes passaram, segundo o áudio da garota, foi visto por testemunhas parado em frente ao ponto de ônibus onde Vitória desceu e desapareceu. O corpo da vítima foi encontrado na quarta-feira (5) numa mata em Cajamar, na Grande São Paulo. Ela foi degolada e teve o cabelo raspado.

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