Brazão, citado no caso Marielle, vai receber 360 dias de férias em dinheiro do TCE do Rio
Afastado do cargo de conselheiro, em 2017, acusado de corrupção, ele retomou cargo via Justiça; e nega crime
O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) do Rio de Janeiro Domingos Inácio Brazão ganhou o direito de receber em dinheiro 360 dias de férias.
O valor é referente a férias que não recebeu durante os anos em que esteve afastado do cargo, por ordem da Justiça Federal: de 2017 a 2022.
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Brazão e 4 conselheiros foram afastados do TCE-RJ e presos temporariamente em 2017, acusados de corrupção pelo Ministério Público Federal, na Operação Quinto do Ouro.
No período de afastamento, Brazão recebeu os salários, mas não tirou férias, nem recebeu em dinheiro. Os vencimentos dos conselheiros do TCE-RJ chegam a a R$ 50 mil mensal.
O direito foi conquistado por Brazão na quarta-feira (24), aprovado pelo Conselho Superior de Administração do TCE-RJ. O conselheiro Maurício Nolasco também obteve o benefício. Os cinco afastados voltaram ao tribunal, entre 2021 e 2022, por decisões do Supremo Tribunal Federal (STF).
Caso Marielle
O nome de Brazão - político conhecido no Rio - voltou ao noticiário nacional na última semana, após ser citado em negociação de delação premiada de Ronnie Lessa. Ex-policial militar, acusado de envolvimento com milícias, é um dos executores da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de Anderson Gomes, em 2018.
O conselheiro do TCE e ex-deputado é investigado como um dos mandantes do crime. Brazão negou envolvimento com a morte de Marielle Franco, em entrevista ao SBT News. Disse que é inocente e que foi alvo de apurações nos últimos anos, sobre o caso, sem que qualquer prova de ligação.
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