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Polícia

Chácara de R$ 2 milhões motivou chacina de família no DF

Polícia Civil esclareceu últimos pontos acerca da morte de 10 pessoas; Assassinos não queriam deixar herdeiros vivos

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Delegado Ricardo Viana em coletiva de imprensa nesta sexta-feira
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Polícia Civil esclareceu, na manhã desta 6ª feira (27.jan), novos pontos do crime que é considerado a maior chacina do Distrito Federal, com a morte de dez pessoas da mesma família. Segundo o delegado à frente do caso, Ricardo Viana, da 6ª Delegacia de Polícia, no Paranoá, a principal motivação dos assassinatos era uma chácara, avaliada em R$ 2 milhões, que morava parte da família. Eles também queriam R$ 200 mil obtidos por uma das vítimas com a venda de uma casa. 

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Além disso, de acordo com a Polícia Civil, desde o início os criminosos tinham a intenção de matar toda a família. Isso porque eles queriam tomar a chacará e vendê-la, o que não seria possível se houvesse herdeiros. 

"Na concepção dos criminosos, não se abriria uma linha sucessória e eles ficariam no local e venderiam o imóvel, avaliado em pelo menos R$2 milhões", revelou o delegado. 

Os suspeitos Gideon Batista de Menezes, Horácio Carlos Ferreira Barbosa, Fabrício Silva Canhedo e Carlomam dos Santos Nogueira, todos presos, devem responder por homicídio qualificado; latrocínio; ocultação e destruição de cadáveres; extorsão com restrição de liberdade da vítima, resultando em morte; associação criminosa qualificada e corrupção de adolescente. Somadas as penas variam entre 190 e 340 anos de prisão

Reprodução/SBT

Cronologia:

Apesar de as investigações terem começado com a localização de quatro corpos carbonizados no carro da cabeleireira Elizamar da Silva, de 54 anos, em 13 de janeiro, o crime iniciou em 28 de dezembro, quando o grupo invadiu a chácara do sogro de Elizamar, Marcos Antônio Lopes de Oliveira, de 54 anos, o matou com um tiro na nuca, e levou a esposa dele, Renata Juliene Belchior, 52, e a filha Gabriela Belchior, 25, para um cativeiro em Planaltina, no Distrito Federal.

No local, que depois seria usado para manter o restante das vítimas refém, Marcos Oliveira foi esquartejado e teve o corpo enterrado. Claudia Regina Marques de Oliveira, ex-esposa de Marcos, e a filha dela, Ana Beatriz Marques de Oliveira, foram levadas para o cativeiro em 4 de janeiro. 

Ambas foram ludibriadas pelo grupo a acreditar que Horácio, Gideon e Fabrício ajudariam na mudança de uma casa que elas haviam acabado de vender no valor de R$ 200 mil. Os criminosos utilizaram o celular de Marcos para se passar por ele e confirmar o serviço. Já no imóvel, os criminosos são 'surpreendidos' por um assalto, praticado por Carlomam. Na ação, todos são algemados e amordaçados, inclusive Claudia e Ana. As duas são sequestradas e encaminhadas para o cativeiro em Planaltina. 

O grupo volta a agir no dia 12 de janeiro, depois que Thiago Gabriel Belchior, de 30 anos, filho de Marcos e esposo da cabeleireira Elizamar, manda mensagens questionando o sumiço do pai. E, mais uma vez, em posse do celular da vítima, o grupo atrai Thiago, a esposa Elizamar e os três filhos deles para a chácara da família, em Itapoã. Thiago é dominado e levado para o cativeiro. Elizamar da Silva e os três filhos são mortos e têm os corpos carbonizados pelos criminosos.

No dia 14 de janeiro, Renata e Gabriela, que já estavam a 18 dias em posse dos criminosos, são mortas. Os corpos das duas são encontrados carbonizados em um carro que pertencia a Marcos, em Unaí, Minas Gerais. No dia seguinte, 15 de janeiro, é a vez de Claudia, Ana e Thiago serem assassinados, a facadas, com diferentes padrões de violência, segundo o delegado. Eles foram jogados no interior de uma fossa, que depois foi coberta por pedras, calhas e terra. 

Antes de serem mortos, todas as vítimas foram ameaçadas e extorquidas pelos criminosos. A Polícia Civil pediu a quebra do sigilo bancário dos suspeitos para descobrir se houve transferências de dinheiro. 

Reprodução/SBT

Outros envolvidos

Um adolescente de 17 anos participou da primeira parte do crime, quando Marcos foi morto, e Renata e Gabriela sequestradas. Apreendido na 3 feira (24.jan), ele relatou ter desistido de continuar no esquema depois que Marcos Oliveira foi esquartejado. Ele pulou o muro do terreno onde as vítimas eram mantidas refém e fugiu. A partir da desistência do jovem, Carlos Henrique Alves da Silva, conhecido como Galego, quinto envolvido preso, passa a participar do crime. 

Segundo o delegado Ricardo Viana, ele participou ativamente do sequestro e da morte de Thiago e deve responder por homicídio qualificado. 

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