Museu Nacional reabre no Rio de Janeiro sete anos após incêndio
Pela primeira vez após desastre, o público poderá acessar temporariamente três ambientes internos do palácio
Marcos Marinho
com SBT Rio
O Museu Nacional, no Rio de Janeiro, foi reaberto nesta quarta-feira, após ficar sete anos fechado por um incêndio em 2018. A instituição passou por uma fase intensa de reforma, e agora, iniciou sua fase de funcionamento.
Para a visitação temporária, foi programado a mostra "Entre Gigantes: uma experiência no Museu Nacional". Entre as peças que farão parte da mostra está o meteorito Bendegó, que resistiu às chamas de 2018 e o esqueleto de um cachalote, recentemente adquirido, com 15,7 metros de comprimento, afixada na nova claraboia do edifício.
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"Esta é uma programação que evidencia a resiliência dos trabalhadores do Museu, a excelência das ações de restauro que estão em andamento e, claro, a relevância científica dos nossos acervos para ampliação do acesso ao conhecimento. É um momento histórico: poder, mesmo que por pouco tempo, abrir uma pequena parte do palácio para visitação! Toda a sociedade está convidada a participar dessa nova fase do Museu!", afirma Alexander Kellner, diretor do Museu Nacional/UFRJ.
De acordo com a direção do Museu Nacional, a visitação ficará disponível desta quarta-feira (2), até o dia 31 de agosto. A entrada está gratuita, por meio de agendamento e retirada de ingressos na plataforma Sympla.
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Reconstrução
O orçamento do Projeto Museu Nacional Vive é de R$ 516,8 milhões (sem considerar recomposição do acervo). Deste total, foram captados R$ 347,2 milhões (67% da meta). De acordo com gestão do museu, ainda resta captar 33% da meta, ou seja, R$ 169,6 milhões.
Com o aporte financeiro foi possível reconstruir a fachadas e as coberturas dos blocos 1, 2 e 3, que estão 80% restauradas. Além disso, 75% das fachadas de todo o palácio também estão restauradas. Outros pontos como as esculturas centenárias de mármore de Carrara e a recuperação dos jardins históricos também estão em estágio avançado de recuperação.
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Museu em chamas
O Museu Nacional no Rio de Janeiro foi atingido por um incêndio de grandes proporções no dia 2 de setembro de 2018, que causou a destruição de grande parte do seu acervo. O fogo, iniciado por um provável curto-circuito em um aparelho de ar condicionado, consumiu cerca de 90% dos itens expostos, incluindo coleções de história natural, antropologia e itens históricos valiosos.
Fundado pelo rei Dom João VI em 1818, o espaço teve seu acervo inicial formado por doações da Família Imperial e de colecionadores particulares. Com o tempo, tornou-se o maior acervo de história natural da América Latina, reunindo 20 milhões de itens. As peças tinham valor incalculável e, em sua maioria, jamais poderão ser vistas novamente pessoalmente.
O Museu Nacional é a instituição científica mais antiga do Brasil e um dos maiores museus de história natural e antropologia das Américas.