Troca de tiros entre traficantes e policiais afeta zona norte do Rio de Janeiro
Serviços foram interrompidos, vias bloqueadas e vidas colocadas em risco na região
Jackson Silva
Mais um dia de transtornos para trabalhadores por conta da violência causada pelo tráfico de drogas na cidade. Narcotraficantes reagiram a tiros a uma operação da Polícia Militar na região de Vigário Geral.
O tráfego na Avenida Brasil, nos dois sentidos, ficou completamente interrompido nas primeiras horas da manhã desta terça-feira (3). Escolas, hospitais e estações de trem também tiveram os serviços suspensos.
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Desde o início do dia, quem saía para trabalhar registrou cenas de caos. Além da Avenida Brasil, outras vias expressas também foram afetadas. O engarrafamento chegou até a Rodovia Presidente Dutra.
Por conta da violência, muitos moradores optaram por embarcar nos trens como alternativa para chegar ao trabalho. Em meio à lotação, a insegurança predominava. “A gente sai de casa, mas não sabe se volta por conta da violência dos narcoterroristas”, desabafou uma passageira.
As estações de trem estavam superlotadas, reflexo de mais um ataque de traficantes do Complexo de Israel. As vias foram fechadas para evitar que pessoas inocentes fossem atingidas pelos disparos.
Em outubro do ano passado, seis pessoas foram baleadas na mesma região. Três morreram — todas seguiam para o trabalho.
A área é dominada pelo grupo criminoso Terceiro Comando Puro e fica localizada na Zona Norte do Rio de Janeiro.
Nesta terça-feira, policiais da Tropa de Elite da Polícia Militar entraram nas cinco favelas do complexo em busca de traficantes. Agentes do Batalhão de Ações com Cães também participaram da operação, procurando armas e drogas.
As comunidades são controladas por Álvaro Malaquias Santa Rosa, conhecido como "Peixão", um dos criminosos mais procurados pela polícia.
A equipe de demolição da PM retirou barricadas em Parada de Lucas. Pelo caminho, foram encontrados diversos buracos — verdadeiras trincheiras — que foram fechados pelos policiais militares.
Além das barricadas, os traficantes haviam instalado uma cancela, que foi destruída pela polícia com uso de maçarico.
Em meio a essa guerra urbana, permanecem os moradores, todos reféns do poder paralelo que domina a região.
