Polícia Federal mira agentes públicos por vazamento de informações a facção criminosa
Militares são suspeitos de serem infiltrados de grupo criminoso nas forças de segurança

Cristiane Ferreira
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta segunda-feira, dia 8, a Operação Tredo, que investiga um grupo de agentes públicos do Rio de Janeiro suspeitos de atuar como infiltrados e informantes de uma das maiores facções criminosas do estado, o Comando Vermelho.
Os investigados são acusados de utilizar seus cargos no Poder Público para repassar dados sigilosos e informações privilegiadas sobre operações policiais diretamente à cúpula do Comando Vermelho. O esquema visava sabotar ações de segurança pública e facilitar a atuação da facção em comunidades sob seu domínio.
Por determinação da 3ª Vara Especializada em Organização Criminosa do Rio de Janeiro, foram expedidos 11 mandados de prisão temporária e seis de busca e apreensão, cumpridos pelos agentes federais. Entre os detidos, encontram-se dois sargentos da Polícia Militar do Rio de Janeiro, sendo que um deles já havia sido alvo de uma ação policial anterior, a Operação Contenção, em novembro deste ano. Um sargento do Batalhão de Operações Especiais (Bope), responsável pela escalação das equipes de operações, também está entre os investigados.
Drone e treinamento tático
As investigações tiveram início após informações de que um militar da Marinha do Brasil havia fornecido drones e oferecido treinamento tático para integrantes da organização criminosa utilizarem o equipamento. A partir deste ponto, a polícia conseguiu identificar a movimentação de militares que trabalhavam a serviço do Comando Vermelho dentro de órgãos de segurança, adiantando detalhes de operações de combate ao avanço da facção em favelas.
A Operação Tredo integra a Missão Redentor 2, uma iniciativa mantida pela Polícia Federal com o objetivo de desarticular as organizações criminosas que atuam no Rio de Janeiro.









