Homem é preso após fingir ter câncer terminal e arrecadar R$ 300 mil com doações
Suspeito também se passava por policial e usava o dinheiro para luxo, carros e procedimentos estéticos

Rayan Chinellato
A Polícia Civil prendeu um homem de 42 anos em Alvorada, na região metropolitana de Porto Alegre, suspeito de aplicar golpes ao pedir doações na internet alegando que tinha câncer terminal. Segundo a investigação, ele arrecadou cerca de R$ 300 mil com a fraude.
Antes dessa campanha, o homem já havia criado outra vaquinha, na qual dizia precisar de ajuda para manter o tratamento dos dois filhos diagnosticados com autismo. De acordo com o delegado Renato Ferreira de Souza, inicialmente a arrecadação era legítima, mas depois ele mudou a narrativa.
“Ele começou a dizer na internet que tinha uma doença grave, um câncer terminal. A partir daí, arrecadou valores maiores”, explica o delegado.
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O suspeito admitiu que usava o dinheiro para manter seu padrão de vida. A investigação aponta que parte dos valores foi destinada à compra de um carro zero à vista e a procedimentos estéticos.
Além do estelionato, o homem também se passava por policial. Ele utilizava luzes semelhantes às de viaturas e chegou a circular pela região metropolitana usando uma farda parecida com a da Polícia Federal. Foi abordado quando compareceu a uma delegacia para registrar uma ocorrência e portava um distintivo falso.
Na ação policial, foram encontrados outros itens de uso restrito, como uniformes da Polícia Civil e do Exército, além de um revólver calibre 38 com numeração raspada.
“Cumprimos mandado de busca e apreensão na casa dele e localizamos vários produtos ligados a funções policiais. Segundo ele, comprou esses materiais e a arma porque dizia se sentir perseguido e queria ‘se passar por policial’ para evitar ameaças”, disse o delegado.
A lista de crimes que ele pode responder inclui estelionato, falsificação de documento público, calúnia contra policiais, falsidade ideológica e falsa comunicação de crime. Além disso, após a prisão, a companheira do suspeito registrou ocorrência por violência doméstica e conseguiu medida protetiva.
O inquérito deve ser concluído nos próximos dias. “Pedimos que possíveis vítimas compareçam à Delegacia de Alvorada para contribuir com provas. Temos 10 dias para concluir o inquérito e enviar ao Judiciário”, informou o delegado.
A reportagem entrou em contato com a defesa do suspeito, mas até o momento não houve retorno. O espaço segue aberto para manifestação.